Ecos do Atlântico Sul

O projeto foi iniciado em 2018, quando Ana Hupe se encontrou com a sacerdotisa Iorubá Adedoyin Olosun, tendo viajado depois para Salvador, Havana e Iorubalândia (Nigéria). A pandemia impediu a realização da exposição que havia sido planejada, mas as notas de rodapé de Hupe sugerem o quanto esse lugares compõem a “triangulação” de uma cartografia sagrada.

Um trailer resultante da colaboração entre Anita Ekman e Amilcar Packer resiste ao sistema colonial e capitalista através de respostas a pinturas rupestres pré-históricas da Serra da Capivara articuladas com a cosmovisão de artistas, intelectuais e curandeiros Guarani.

O trailer do novo filme de Jean-Pierre Bekolo sobre movimento, música e dança, além de conversas que estabelecem conexões entre a Colômbia e Camarões. Tudo através de uma sala de espelhos, que complica o olhar etnológico clássico através do reconhecimento de uma cultura somática compartilhada.

Nadine Siegert e André Cunha exibem um trailer do clássico pós-colonial “Carnaval da Vitória” (1977), do cineasta angolano António Ole, bem como material de arquivo reunido para a planejada trilogia que conecta Luanda, Nova Orleans e a Bahia.

“How Many ___ Does It Take?”, de Tessa Mars e Simnikiwe Buhlungu, ao lado de “Topping from the Bottom”, de Sinethemba Twalo: dois projetos entre o Haiti e a África do Sul realizados na plataforma transdisciplinar de Gabi Ngcobo e Thiago de Paula Souza durante a pandemia.

Mediada por Elvira Dyangani Ose, diretora do espaço The Showroom, a conversa entre participantes do projeto leva a uma reflexão sobre os planos de envolver processos sociopolíticos, teóricos e artísticos em prol de uma reivenção da ingerência e da autogovernança nos ambientes urbanos contemporâneos.

Obras multimídia criadas por Dawit L. Petros, Jeannette Ehlers, Nyugen E. Smith, Kei Miller e Ishion Hutchinson reativam a conexão entre música, história e resistência do Atlântico Sul, em uma exposição com curadoria de Selene Wendt, no ano de 2020, no Kunstforening de Oslo.