As máquinas estão em condições de ser autonomamente criativas e artísticas? Obras criadas com a ajuda da inteligência artificial são um fenômeno marginal de curto prazo em uma sociedade permeada pela tecnologia ou representam o futuro do desenvolvimento criativo? Neste bloco temático, autores convidados apresentam artistas que trabalham com IA, vão às compras na darknet e discutem questões relacionadas à perda de controle.
O robô dos antigos filmes de ficção científica era um fenômeno marginal do gênero, uma espécie de visão pouco provável. Isso mudou. O desenvolvimento da inteligência artificial está de tal forma avançado, que se tornou necessário discutir a respeito de o quanto o ser humano quer permitir a proximidade dessas máquinas espertas e quais questionamentos éticos poderiam ser relevantes na conduta frente a elas. É importante olhar para esse futuro, pois, como alerta o Professor Metzinger em entrevista, “quando o primeiro robô estiver reivindicamento direitos civis, já será tarde demais”.
As novas possibilidades da era digital também têm um preço. A segurança de dados tornou-se um dos principais desafios desta época. Uma avalanche de informações desregradas não levou necessariamente a um pluralismo de opiniões, mas, em muitos casos, a uma polarização entre lados, em uma briga que não raramente envolve a disseminação proposital de informações falsas. A sociedade e o Estado estão sendo convocados a tomar medidas para a proteção da liberdade individual e coletiva. O que dizer, por exemplo, do estabelecimento de direitos fundamentais digitais? E como seria uma proteção eficiente de dados no futuro?
A tecnologia é um servo útil, mas um senhor perigoso.
Christian Lous Lange
A disponibilidade e a transparência de informações, bem como o surgimento de novos mercados, canais de distribuição e espaços públicos, enriqueceram a sociedade moderna com muitas facetas. Nas redes sociais, é possível observar um sólido espírito pioneiro, enquanto ofertas já existentes vão sendo constantemente ampliadas, como por exemplo o desenvolvimento de ofertas de sharing e streaming, a criação de moedas alternativas e uma artemídia totalmente gerada pelo computador. O futuro é agora – ou o mais tardar amanhã.