O foco deste encontro é o dadaísmo, movimento que, nos anos 1920, alcançou o cinema alemão por meio dos filmes abstratos e experimentais de Hans Richter, Viking Eggeling e Walter Ruttmann. Também relevantes neste período são as odes cinematográficas “Os Nibelungos” (1924) e “Metrópolis” (1927), ambas dirigidas por Fritz Lang. Você sabia que Thea von Harbou, esposa de Lang, foi responsável em grande medida pelas inovações dramatúrgicas e estéticas destas produções?
A partir da recuperação econômica alemã, em meados dos anos 1920, surge uma nova onda de filmes realistas e críticos ao sistema socioeconômico, caso de "Berlim, sinfonia de uma grande cidade" (1927) e "O anjo azul"(1930). Neste encontro, veremos trechos de "A viagem de Mãe Krause para a felicidade" (1929), "Berlin Alexanderplatz" (1931) e "Kuhle Wampe, ou a quem pertence o mundo?" (1932). Tais filmes analisam com lirismo e melancolia os resultados de uma modernidade predatória, ao mesmo tempo em que antecipam o clima de agravamento político que se aproximava com a ascensão do nazismo ao poder.
A serviço da propaganda nazista, Leni Riefenstahl imprimiu ao cinema alemão uma marca extremamente moderna, que influenciou a linguagem do documentário nas décadas seguintes. A partir de “Triunfo da vontade” (1934) e “Olímpia” (1938), serão analisadas as escolhas estéticas da cineasta na construção de uma imagem soberana do povo alemão, rumo à Segunda Guerra Mundial. A qualidade artística de tais filmes superaria, hoje, as mensagens nefastas que transmitiam?
Os eventos acontecem via Zoom e são transmitidos ao vivo via Facebook. As gravações estarão disponíveis depois do evento neste site.
Kinematik #emcasa - Facebook (Goethe-Institut Sao Paulo)
Claudia Dornbusch
Professora sênior da USP, com mestrado, doutorado e livre-docência em literatura alemã. Em sua livre-docência (a ser transformada em livro), analisou a estética da ausência no cinema alemão e na literatura alemã após a queda do Muro de Berlim, com um dos focos na chamada Escola de Berlim.
Donny Correia
Doutor e mestre em Estética e História da Arte pela USP, crítico de arte e de cinema e membro da ABRACCINE. Publica ensaios e resenhas em periódicos como O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e Cult. Também atua como professor de História e Linguagem do Cinema em diversas instituições.