Exibição
Afinidades Afrodiaspóricas: Audre e May Ayim

Afinidades Afrodiasporicas

EXIBIÇÃO DE FILMES, PERFORMANCE E DEBATE

Ibirapuera

O encontro, organizado pela 33ª Bienal de São Paulo e pelo Goethe-Institut, contará com a exibição dos filmes “Audre Lorde: os anos berlinenses 1984-1992” e “Esperança no coração”, seguida por debate entre Jéssica Oliveira, Annie Ganzala, Khanyisile Mbongwa e Michelle Mattiuzzi. A artista Michelle Mattiuzzi abrirá o debate com performance inspirada em May Ayim.
 
O encontro contará com a exibição dos filmes “Audre Lorde: os anos berlinenses 1984-1992” e “Esperança no coração”, seguida por debate entre Jéssica Oliveira, Annie Ganzala, Khanyisile Mbongwa e Michelle Mattiuzzi. A artista Michelle Mattiuzzi abrirá o debate com performance inspirada em May Ayim.
Partindo do encontro em Berlim entre a feminista negra, poeta, mãe e lésbica Audre Lorde e da poeta e ativista afro-alemã May Ayim, que tornou possível o surgimento do movimento afro-alemão nos anos 1980, a mesa “Afinidades Afrodiaspóricas: Audre Lorde e May Ayim” reúne pesquisadoras e artistas negras que percorrerão tais momentos históricos, abordando a influência, atualidade e importância das vidas e obras de Lorde e de Ayim para a diáspora africana no Brasil e no mundo, além de refletirem a potência transformadora de encontros e afinidades negras diaspóricas em seus próprios trabalhos.
A relação de Lorde com afrodescendentes na Europa ultrapassa o fato de ter cunhado junto a elas o termo “afro-alemã/o” em paridade à identidade negra diaspórica e categoria política “afro-estadunidense”, causando rachaduras no projeto hegemônico de nação europeia, e nas formas em que feministas brancas, por exemplo, pensavam identidade (e) política. Esse encontro foi atravessado pelo reconhecimento de ancestralidades, experiências, opressões e potências comuns, ressoando, sobretudo, na escrita poética de Ayim que, por sua vez, inaugura uma grafia e uma poética afrodescendentes na língua de Goethe.

Jessica Oliveira, pesquisadora, poeta e tradutora. É autora da dissertação de mestrado “May Ayim e a Tradução de Poesia Afrodiaspórica de Língua Alemã” (UFSC - 2018). Possui graduação em Letras (Português/ Alemão) pela USP e é tradutora de intelectuais negras da diáspora como Grada Kilomba, June Jordan, May Ayim, Tanya Saunders, entre outras. Estará lançando no evento um livro artesanal com seleção bilíngue de poemas de May Ayim e de suas respectivas traduções para o português brasileiro.
 
Annie Ganzala nasceu em Salvador, artista, transita do graffiti a aquarela, desenha desde criança e vive de arte, amor e cura. “Não escolhi a arte, ela me escolheu e fiz dela uma forma de autobiografia em que através das ilustrações posso contar minha história e do meu povo em diáspora. Graças a Olorum, aos Orixás e ao quilombo de mulheres, tive a oportunidade de  viajar para Colômbia, Alemanha, França, Espanha, EUA, República Dominicana, Angola e Cuba e assim apresentar minha arte para o mundo.”
 
Khanyisile Mbongwa é uma curadora independente e artista premiada residente na Cidade do Cabo, África do Sul. Ela trabalha com práticas interdisciplinares, performativas e no espaço público desdobrando as complexidades sociopolíticas, socioeconômicas, socioraciais e da história contemporânea e as nuanças do cotidiano. Atualmente ela trabalha na Fundação Norval (Cidade do Cabo) como curadora adjunta para práticas performáticas e também no carnaval da Cidade do Cabo como conselheira curatorial e para desenvolvimento sociocrítico.
 
Michelle Mattiuzzi é performer, escritora e pesquisadora. Seus trabalhos se apropriam e subvertem o lugar exótico atribuído ao corpo da mulher negra pelo imaginário cis normativo branco e que a tornam uma espécie de aberração, entidade dividida entre o maravilhoso e o abjeto. Graduou-se em artes do corpo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2008). Nos anos de 2012 e 2013 colaborou com os coletivos GIA, da Bahia, e Opavivará, do Rio de Janeiro. No ano de 2017 foi residente do Programa Capacete no Programa Público da Documenta 14. Nesse mesmo ano apresentou nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, os trabalhos “whitenography” videoinstalação e “sobre o papel branco” performance. Em 2018 participou na exposição “Histórias Afro-Atlanticas” - Instituto Tomie Othake. Vive em Salvador.

 

Programação:

17:30 – Exibição dos filmes “Esperança no coração” e “Audre Lorde – Os anos berlinenses 1984-1992”
20:00 – Performance de Michelle Mattiuzzi
19:30 – Debate com Jéssica Oliveira, Khanyisile Mbongwa, Annie Ganzala e Michelle Mattiuzzi
21:45 – Lançamento do livro “Você é afro-alemã?”, de Jéssica Oliveira

 

Ficha técnica dos filmes:

Audre Lorde – os anos berlinenses 1984 a 1992
Documentário, 2012, 79 min.
Direção: Dagmar Schultz.
Sinopse: Os textos e palestras pungentes, apaixonados e sempre brilhantes de Audre Lorde definiram e inspiraram feministas, lésbicas, afro-americanas e mulheres de movimentos de cor nos EUA e ao redor do mundo nos anos 70 e 80. "Audre Lorde - os anos de Berlim de 1984 a 1992" documenta um capítulo desconhecido na vida de Lorde: sua influência na cena política e cultural na Alemanha em uma década de profundas mudanças sociais.
 
Esperança no coração
Documentário, 1997, 35 min.
Direção: Maria Binder.
Sinopse: Um retrato de May Ayim (1960-1996), poeta, cientista e ativista ganense-alemã. May Ayim foi uma dos pioneiras do Movimento Negro Alemão. Ela ficou conhecida por suas pesquisas sobre a história e a atualidade da poesia política afro-alemã e mantinha forte contato com outros poetas negros da Diáspora. Aos 36 anos, ela tirou a própria vida. Para ela, a poesia era um caminho para a sociedade alemã branca erguer o espelho.
 

Detalhes

Ibirapuera



Língua: Português
Preço: Entrada franca