Mesa redonda, mostra Fórum Mercado Black

Fórum Mercado Black © Mercado Black

3ª, 21.11.2017 -
4ª, 22.11.2017

Corredor da Vitória

Adama Paris, criadora da Black Fashion Week, é atração do evento
 
A estilista senegalesa Adama Paris irá participar, nos dias 21 e 22 de novembro, do Fórum Mercado Black, espaço de reflexão, sensibilização e provocação sobre questões socioeconômicas e culturais entre coletivos e indivíduos da Diáspora Africana. Visando ao fortalecimento de um mercado de moda entre pessoas negras, aproximando empreendedores de diversas regiões da África aos brasileiros, o evento apresentará novas tendências para este nicho. Com apoio do Goethe-Institut Dakar, Adama estará na capital baiana no Programa de Residência Artística Vila Sul do Goethe-Institut Salvador-Bahia, que sediará o encontro. Duas modativistas da Bahia completam a grade central do projeto: Carol Barreto e Goya Lopes.
 
O Fórum Mercado Black se inicia com a mesa redonda “Moda, Cultura e Empreendedorismo Internacional”, com a participação do trio de frente – Adama Paris, Carol Barreto e Goya Lopes –, na terça-feira, 21 de novembro, às 14h. No mesmo dia, às 19h, acontece a abertura da “Mostra Artística Modativismo: Carol Barreto convida Adama Paris e Goya Lopes”, sob curadoria de Juci Reis e Flotar Programa. A mostra ficará aberta ao público até 14 de dezembro. 
 
No dia seguinte, quarta-feira, 22 de novembro, às 14h, um bate-papo com Adama será exclusivo para artistas e profissionais de moda negros. Neste momento, a estilista pretende conhecer os nomes da moda afro-baiana e conversar com a plateia sobre a sua trajetória profissional como empresária e ativista nas passarelas internacionais com o selo internacional Black Fashion Week.
 
O Fórum Mercado Black tem realização do Africa 900 e Reunion First Africa, com apoio do Goethe-Institut Dakar, Goethe-Institut Salvador-Bahia, Secretaria de Turismo do Estado da Bahia e Secretaria de Política para as Mulheres do Estado da Bahia.
 
MOSTRA ARTÍSTICA MODATIVISMO: CAROL BARRETO FINALIZA CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL DA COLEÇÃO ASÈ – Depois de levar suas criações para algumas semanas de moda, galerias de arte e outros eventos internacionais – Bogotá, Chicago, Toronto, Paris, Dakar, Luanda e, recentemente, Nova York –, Carol Barreto finaliza o ano de 2017 atendendo ao convite de expor a Coleção Asè na Galeria do Goethe-Institut Salvador-Bahia.
 
A curadora do Studio Internacional Harmonipan e coordenadora do Flotar Programa, Juci Reis, está em Salvador para planejamento e construção da expografia desta que se intitula “Mostra Artística Modativismo: Carol Barreto convida Adama Paris e Goya Lopes”. Dez looks da Coleção Asè tomam lugar ao lado de criações de Adama Paris, com peças históricas de suas melhores coleções nos seus mais de 15 anos de carreira. Goya Lopes também integra a exposição com tecidos e roupas que marcam sua trajetória como a primeira referência da moda afro-brasileira. A abertura da mostra terá performance musical ao vivo, com trilha sonora da Coleção Asè, assinada por Laila Rosa com Iuri Passos e o Projeto Rum Alagbé do Ilê Iyá Omin Axé Iyá Massê – Terreiro do Gantois.
 
A Coleção Asè foi criada com 15 looks para desfile de moda em Luanda no Angola International Fashion Show em dezembro de 2016 e está em fase de conclusão da circulação internacional. Carol Barreto efetiva a metodologia de design participativo e a mostra conta com criações em audiovisual assinadas por Victor Mota e Mirella Ferreira, com styling de Tiago Estigarribia, produzidas nas ruas de Salvador, além de um videoarte de Luana Amaral, criado em Nova York, como produto da residência artística que vivenciaram no mês passado. As ações compõem também as atividades de contrapartida do projeto de Intercâmbio e Difusão, contemplado no Edital de Mobilidade Artística e Cultural 2017, tendo apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia. 
 
SOBRE AS MODATIVISTAS – Adama Amanda Ndiaye é a talentosa designer e empreendedora atrás da marca Adama Paris, onde incorpora o designer multicultural do novo milênio. Ela fez de diversas cidades de diferentes países a sua casa, permitindo-lhe testemunhar uma enorme variedade de tendências através dos anos. Sua odisseia global inspirou o espírito de seu trabalho: fashion feito na África para o mundo. Megalópoles urbanas são a fonte de inspiração para esta jovem cidadã afropolitana do século XXI. Adama Paris não constitui apenas um caminho dinâmico e elegante de vestir, mas também o espírito da mulher contemporânea, conectando culturas e contemplando aquelas que se recusam a ser definidas por uma imagem demasiadamente limitada e muitas vezes controlada. Imbuída do desejo de compartilhar fashion e de criar pontes multiculturais, Adama lançou muitos eventos, como a “Dakar Fashion Week”, há 15 anos, e, em 2010, a “Black Fashion Week”, em Praga, Montreal e Nova Iorque, além dos “Africa Fashion Awards”, os troféus da moda africana. Em 2014, ainda lançou no Senegal a “Fashion Africa TV” (FA TV), primeiro canal de televisão 100% dedicado à moda africana, exibido em 44 países da África, 33 países da Europa e 13 da América. Assim, Adama é uma fashion ativista que quer colocar a moda feita na África no mapa da moda mundial e também dar visibilidade à mulher negra na luta contra a discriminação e falta de oportunidades existentes nesta indústria.
 
Goya Lopes, artista plástica, designer de moda e de superfície, proprietária da marca Goya Lopes Design Brasileiro, loja de produtos afro-brasileiros localizada no Pelourinho, a baiana trabalha há mais de 30 anos neste mercado e hoje conta também com loja virtual. Formada na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), fez especialização em Design na Itália e se consolidou como uma das mais importantes criadoras da moda afro-brasileira. Conhecida pelas estampas autorais que contam a história das pessoas negras no Brasil, Goya é uma ativista na moda. Seu desafio se coloca na manutenção da qualidade e visibilidade de sua marca e do seu trabalho de criação artística – que conta com largo trânsito internacional – ao longo das décadas, assim como na sua inserção no campo da representação política. Foi diretora geral da Associação Bahia Design (ABDesign) e diretora de Responsabilidade Social do Sindicato do Vestuário de Salvador e Regiões (SINDVEST). Foi convidada do Ministério da Cultura (MinC) para fazer parte do grupo de trabalho do Colegiado Setorial de Moda em 2009, delegada pela Bahia na Pré-Conferência Setorial de Moda e delegada pelo Nordeste na Conferência Nacional de Cultura, em Brasília, em 2010. Foi eleita no I Seminário Nacional de Moda e Cultura para o I Colegiado Setorial de Moda do MinC em 2010, tendo sido reeleita e permanecido até 2014. Faz parte do GT de Moda Afro-Brasileira da Associação Nacional da Moda Afro-Brasileira (ANAMAB).
 
Carol Barreto é designer de moda autoral, modativista, pesquisadora e docente do Departamento de Estudos Feministas e de Gênero da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A artista, de relevante trânsito internacional, tem criado coleções com base nos fazeres artesanais do Nordeste do Brasil, transformando a passarela e a fotografia de moda num espaço de expressão de discurso antirracista, feminista e de ativismo político. Experimentando a metodologia de design participativo para a sua tese de doutorado por meio de processos de imersão nas etapas de criação e execução das peças, construiu um laboratório com a também designer e pesquisadora Claudia Soares, parceira há quatro coleções. Neste contexto, experimentaram as propostas conceituais elaboradas, compartilhando o processo de execução da coleção com estudantes de Arte e Moda. Carol Barreto contou com o apoio do Centro Técnico do Teatro Castro Alves e uma equipe composta por 50 pessoas que atuaram na confecção das peças, bordado, fotografia e vídeo. Na criação da Coleção Asè, aprofundou a sua pesquisa que reflete acerca da afrobrasilidade, focando no protagonismo das mulheres negras nas religiões de matriz africana. Por meio de matéria-prima adquirida em João Pessoa (PB), Recife (PE) e Salvador (BA), saias e vestidos surgem. Também toalhas de mesa, cortinas e outros materiais de decoração feitos em renda filé, bordados richelieu, crochê e outras tramas artesanais feitas com fios naturais e visualmente típicos de casas populares no Nordeste do Brasil. Assim, dá seguimento ao debate proposto pelas coleções que assina, quando se apropria ou redesenha os fazeres artesanais característicos de mulheres negras e pobres para construção de peças e imagens de moda, caracterizando um processo de ressignificação de tais técnicas artesanais, desafiando o conceito de arte hegemônico e as estratégias de subalternização impostas aos grupos socioeconomicamente desfavorecidos no Brasil.
 
FÓRUM MERCADO BLACK
Quando: 21 e 22 de novembro (terça e quarta)
21/11, 14h: Mesa redonda “Moda, Cultura e Empreendedorismo Internacional”, com Adama Paris, Carol Barreto e Goya Lopes – Teatro do Goethe-Institut Salvador-Bahia
21/11, 19h: Abertura da “Mostra Artística Modativismo: Carol Barreto convida Adama Paris e Goya Lopes” – Galeria do Goethe-Institut Salvador-Bahia
22/11, 14h: Bate-papo com Adama Paris com artistas e profissionais de moda negros (apenas para convidados) – Teatro do Goethe-Institut Salvador-Bahia
Onde: Goethe-Institut Salvador-Bahia
(Av. Sete de Setembro, 1809, Corredor da Vitória)
Quanto: Gratuito (entradas sujeitas à lotação dos espaços)

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