Concerto Re-Inventing Smetak

Re-Inventing Walter Smetak Daniel Moreira Instrumentarium

4ª, 12.07.2017

20:30

Sala São Paulo

O grupo alemão Ensemble Modern apresenta no 48º Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão a música do compositor suíço Walter Smetak

Goethe-Institut e DAAD trazem ao Brasil a música do artista suíço que foi inspiração para a tropicália brasileira. Em São Paulo, o Ensemble Modern toca na Sala São Paulo, no âmbito do Festival de Inverno de Campos do Jordão.

O grupo alemão Ensemble Modern, um dos mais consagrados conjuntos de música contemporânea, apresenta como parte da programação do 48º Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, a música do compositor suíço Walter Smetak (1913-84). Em única apresentação, o concerto Re-Inventing Smetak homenageia o músico, pesquisador e inventor de instrumentos nascido na Suíça e naturalizado brasileiro, conhecido por influenciar a Tropicália. Veja o vídeo do Ensemble Modern sobre o projeto:
 


O repertório é composto de obras especialmente encomendadas a quatro novos compositores, três deles brasileiros – Arthur Kampela, Daniel Moreira e Paulo Rios Filho –, e a australiana Liza Lim, que exploram o experimentalismo da música de Smetak e utilizam vários instrumentos criados por ele na Bahia, nas décadas de 1960 e 1970, restaurados para esse projeto.

Re-Inventing Smetak acontece no dia 12 de julho (quarta-feira), às 20h30, na Sala São Paulo. Outros concertos com o Ensemble Modern serão realizados durante o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, com obras de compositores dos séculos 20 e 21.

Ainda no dia 12 de julho, das 18h30 às 20h, o público poderá assistir, na Sala Carlos Gomes, à mesa de conversa “Invenções de Smetak: da música clássica à vanguarda baiana”, com o artista sonoro Marco Scarassatti (UFMG), o músico, compositor e ensaísta José Miguel Wisnik (USP), e o diretor artístico do Ensemble Modern, Christian Fausch. A mediação é de Arthur Nestrovski, diretor Artístico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). A atividade é gratuita, com retirada de ingressos nas bilheterias da Sala São Paulo com 2 horas de antecedência.

“Re-Inventing Smetak” é um projeto do Programa Artistas-em-Berlim do DAAD e Ensemble Modern, em cooperação com o Goethe-Institut e patrocinado pela Fundação Cultural Federal da Alemanha, com apoio da Ernst von Siemens Musikstiftung, Pro Helvetia Fundação Suíça para a Cultura, Ministério das Relações Exteriores e Sociedade dos Amigos do Ensemble Modern e.V. O projeto é o resultado das pesquisas intensas dos quatro compositores sobre o mundo sincrético do inventor musical e pensador. Os trabalhos comissionados neste contexto foram inspirados por diversos aspectos do seu trabalho: sua microtonalidade, que ele concebeu como ato de libertação das normas dos sistemas tonais, suas práticas coletivas de improvisação, seus instrumentos experimentais e suas “plásticas sonoras”.

Os resultados desta “reinvenção” do fantástico mundo de sons e ideias de Smetak já foi apresentado em Frankfurt e em Berlim em março deste ano. Os concertos são complementados por uma exposição, palestras e mesas de conversa, assim como um workshop com participantes alemães e brasileiros.

Como parte do projeto, o grupo Ensemble Modern apresenta “Re-Inventing Smetak” também em Salvador (Teatro Castro Alves) e no Rio de Janeiro (Sala Cecília Meireles). 

SERVIÇO

Concerto “Re-Inventing Smetak”
Ensemble Modern


Quarta, 12 de julho de 2017 | Às 20h30
Sala São Paulo
Praça Júlio Prestes, 16 - Campos Elíseos
Ingresso: R$50,00

Mesa Redonda “Invenções de Smetak: da Música Clássica à Vanguarda Baiana"

Quarta, 12 de julho de 2017 | Das 18h30 às 20h
Sala São Paulo
Praça Júlio Prestes, 16 - Campos Elíseos
Sala Carlos Gomes
Gratuito
Retirada de ingressos com antecedência de 2 horas na bilheteria da Sala São Paulo
Limite de dois ingressos por pessoa
Capacidade: 60 lugares

SOBRE O ENSEMBLE MODERN

Criado em 1980 na Alemanha, o Ensemble Modern reúne 20 músicos solistas de diversos países e tem como marca registrada a intensa atuação junto a compositores em atividade. Com projetos que incluem música para teatro, vídeo e dança, além de música de câmara e orquestral, o grupo chega a ensaiar cerca de 70 novas peças por ano, sendo 20 delas estreias mundiais. Ao longo de sua trajetória, fez parcerias duradouras com grandes nomes da composição, como John Adams, György Ligeti, Karlheinz Stockhausen, Steve Reich e Frank Zappa, entre outros.

SOBRE WALTER SMETAK

Músico violoncelista, compositor, inventor de instrumentos musicais, escultor e escritor, nasceu em Zurique, Suíça, em 1913. Sua primeira instrução musical foi recebida do pai, um renomado virtuose de cítara de origem tcheca. Estudou no Mozarteum de Salzburgo, formando-se concertista pelo Conservatório de Viena, junto a Pablo Casals, em 1934. A dificuldade de trabalho e a iminência da guerra o fizeram abandonar a Europa. Ruma ao Brasil em 1937, onde havia obtido, por intermédio de um de seus professores, a contratação numa orquestra sinfônica de Porto Alegre. Ao chegar na cidade, descobriu que o contratante não mais existia, e começou a atuar em orquestras de rádios, cassinos e bailes, em São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1957, foi convidado pelo compositor alemão Hans Joachim Koellheutter a ir para Salvador, para integrar os Seminários Livres de Música, parte do ambicioso projeto do reitor da Universidade Federal da Bahia, Edgard Santos, de criar um núcleo de excelência em artes e humanidades, e que teria um papel fundamental no surgimento do movimento tropicalista.

Na Bahia, Walter Smetak iniciou pesquisas microtonais inspiradas pela teosofia, e começou a construir instrumentos musicais com materiais inusitados, como tubos de pvc, cabaças e isopor. Criou cerca de 150 desses "Instrumentos-esculturas", os quais denominou genericamente de "plásticas-sonoras". A partir de 1969, a sua oficina de experimentação sonora passou a ser frequentada por importantes artistas da música brasileira: Gilberto Gil, Rogério Duarte, Tom Zé, Gereba, Tuzé de Abreu, Djalma Correia e Marco Antônio Guimarães (fundador do grupo Uakti), entre outros.

Gravou dois discos: “Smetak” (1975), com produção de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Roberto Santana, e “Interregno” (1980), com o conjunto Microtons e produção de Carlos Pitta. Nos últimos dez anos de sua vida resolveu não mais escrever partituras de suas composições, preferindo a improvisação em grupo com seus instrumentos. Deixou uma série de gravações dessas seções de improviso. Escreveu três peças de teatro e mais de 30 livros. Faleceu no dia 30 de maio de 1984, em Salvador.

REALIZAÇÃO

O 48º Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão é uma realização da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, em parceria com a Fundação Osesp, a Prefeitura de Campos do Jordão e a iniciativa privada, contando com o patrocínio da Rede, copatrocínio da Sabesp, apoio da Unimed, Localiza e Fritz Dobbert, e promoção da Folha de S.Paulo. A participação do Ensemble Modern na programação do Festival de Campos do Jordão é uma correalização com o Goethe-Institut.
 

SOBRE AS COMPOSIÇÕES

Paulo Rios Filho: volvere (2017)

Volvere (2017) acontece, em muitos sentidos, ao longo dos vestígios e gestos de ‘voltar atrás’: da comunicação ao som; do som ao seu jeito original, particular e barulhento de forma de produção; da forma ao movimento; da organização ao caos; corpo à célula; da célula ao útero. A peça se torna então a força crua da criação: a capacidade de colheita antes do plantio; de fazer florescer antes de brotar, de fazer som, antes de soar; fazer sentido antes de dar sentido. Ainda assim, volvere não é uma renúncia da harmonia, organização, forma e comunicação. Muito pelo contrário, é a junção de tentativas profunda e repetitivas de sistematizar, organizar, desenhar e dar sentido. O trabalho, escrito para o Ensemble Modern (com 18 músicos e equipamentos eletrônicos), é uma homenagem a Walter Smetak. Mais que isso, acredito que em grande parte eu apreendi esse trabalho do próprio, de seus livros e instrumentos. Para mim, que nasci, cresci e me tornei compositor na Bahia - tudo isso infelizmente após a morte de Smetak – ele sempre foi uma forma de ausência muito presente. Desde quando eu me tornei estudante na Escola de Música de UFBA, onde ele trabalhou e inventou seus instrumentos, eu ouvi todas as histórias e causos sobre ele, “O Velho Bruxo”. Eu conheci seus alunos, amigos, seguidores – a maior parte deles meus professores... Mas só tive a oportunidade de tocar seus instrumentos um par de vezes. Escrever essa peça me ajudou a compreender Smetak (e a mim próprio) melhor. Ele certamente era um bruxo, um alquimista do som, mas isso não apenas de um modo maneirista e exótico de construção e rotulação de um mito. Ao invés disso, no sentido mais profundo de ser um cientista, um experimentador e um professor. E volvere veio a mim junto com as coisas mais valiosas que imagino que Smetak me ensinou, através do legado de suas invenções: o retorno... (ao futuro); o inverter, acima e à frente; regresso às infinitas possibilidades da criação; transgressão e transmutação do “progresso”; voltar, útero, vulva, volver, o retorno... (à cabaça).
 

Liza Lim: Ronda – O Mundo em Rotação (2016)

Walter Smetak concebia o mundo como polaridades de energia fluindo em espiral em torno de eixos de evolução, e ele construiu seus instrumentos ou Plásticas Sonoras para expressar sua simbologia complexa de relações espirituais. Similarmente à noção de Stockhausen acerca da unidade de tom e ritmo como uma função do tempo, Smetak diz que “é a rotação lenta que gera o ritmo. Ela cria intervalos. A uma velocidade maior, o instrumento não nos permite perceber os intervalos, formando uma linha melódica. A uma velocidade ainda maior, nós apenas escutamos harmonias, pois a rotação é tão rápida que nós ouvimos diversas cordas simultaneamente. Podemos portanto concluir que ritmo, melodia e harmonia dependem da velocidade da rotação. São três elementos em um dependentes da velocidade.”
 
A harmonia de círculos dentro de círculos expressa nos instrumentos de Smetak foi algo que eu conectei à uma ideia mais ampla acerca de uma poética brasileira de som e movimento. Em Salvador da Bahia me afinei ao denso tecido sônico do batuque, canto e das vozes agudas da cidade. Uma das experiências sonoras mais memoráveis que tive foi em um táxi que, enquanto serpenteava pelo trânsito, vinha com o rádio estrilando um bombardeio de articulação vocal – uma montagem de comentários esportivos, clamor evangélico, e linguajar propagandístico, pontuada por fragmentos abruptos de eletrônica cafona. O compositor Daniel Moreira comentou que ‘a vida em Salvador tem uma trilha sonora constante’ e que a natureza dessa trilha sonora talvez expresse alguma essência das poéticas sonoras brasileiras.
 
O som é experimentado como um fenômeno multidimensional e espacialmente dinâmico. Este não é frontal ou apresentável em sua acústica, mas altamente imersivo, circular e generativo em suas relações e neste ponto eu retomo as descrições da capoeira do etnomusicólogo Jason Stanyek que a vê como um mundo em rotação às avessas e de cabeça para baixo, a expressão última da brasilidade. A Capoeira é jogada em roda – o círculo vivo do grupo, no qual os participantes giram e rodam no combate estilizado. Stanyak diz que a roda é ‘tipicamente concebida pelos capoeiristas como sendo um mundo em miniatura’, e cita Danielle Goldman: ‘o potencial de criação de mundos da improvisação envolve a habilidade de gerar novos espaços, de criar e formar o entorno continuamente, como este for desejado’. Outro exemplo marcante do círculo criador de mundos na cultura brasileira pode ser encontrado nos rituais de Candomblé nos quais o círculo dançado e cantado é o dínamo poderoso para a abertura de canais de comunicação dentre o mundo humano e o dos espíritos.
 
A experiência da vida em circulação e os arcos de suas forças relacionais que são tão amplificados na obra de Smetak e no giro cotidiano de Salvador encontram expressões correspondentes na minha composição. Esta é encontrada nos instrumentos e em sua espacialização, com os instrumentos de corda em formação de arco que carrega a força tensional a um plano perpendicular formado pela percussão e por um trompete solo. Esta é encontrada nas fontes de som móveis dos instrumentos de sopro itinerantes tocando o maravilhosamente caseiro Piston Cretino cuja boca de funil é colocada contra a barriga do instrumentista para produzir gestos-linguagens extravagantes. Esta é encontrada nas repetitividades irregulares da música presentes umas nas outras e de certo modo feitas de uma profusão de gestos de modo que, como diz Smetak: ‘O tempo não passa, ele cresce.
 
Daniel Moreira: Instrumentarium für Ensemble und Video/Soundtrack (2017)

O ponto de partida para a minha peça “Instrumentarium” (para Ensemble e Vídeo/Trilha Sonora) foi um convite do Ensemble Modern e do DAAD Berliner Künstlerprogramm para realizar uma imersão no mundo do artista/criador de instrumentos Walter Smetak (1913-1984).
 
No meu primeiro contato com as “plásticas sonoras” de Smetak em Salvador eu me deparei com objetos enigmáticos que mal lembravam instrumentos musicais, mas podiam – e deveriam – “ser tocados da forma que se bem desejar”. Não obstante, não foram suas capacidades acústicas ou sua filosofia hermética que mais me marcaram, mas sim a curiosidade e ânimo quase infantis que seus formatos e desenhos são capazes de instigar. Foi um convite à uma descoberta.
 
Ficou então claro que eu queria usar suas formas e movimentos para construir meus próprios instrumentos musicais virtuais. Em uma segunda visita à Salvador eu tive o privilégio de passar algumas noites no museu investigando esses instrumentos e os filmando. O processo de composição se tornou então uma ida e vinda entre a edição do vídeo e a composição da música. Ambos criados simultaneamente. Quadro a quadro, compasso por compasso. O movimento dos objetos orquestrados aos sons do conjunto.

A composição nunca se aproxima do som real destes instrumentos (que nunca são de fato ouvidos na peça). Trata-se de uma interpretação mais livre de como esses instrumentos “poderiam” soar. É uma apropriação de sua forma. A composição reutiliza esses objetos em contextos musicais diferentes e os usa em referência a outros gêneros musicais (como música para filmes, música eletrônica, e outras). Trata-se da recriação do ânimo e curiosidade que eu experimentei quando me deparei com esses objetos pela primeira vez.
 
Arthur Kampela: ...tak-tak...tak... (2017)

O título da minha peça vem tanto do apelido que Smetak carinhosamente recebeu de Gilberto Gil como de uma alusão ao seu próprio ofício de luthier e criador de objetos/esculturas/instrumentos sonoros inovadores. O título descreve acentos e um movimento dinâmico, enfatizando o caráter híbrido da própria linguagem e, em particular, de tudo que era de interesse de Smetak – esse “Bruxo” bom... Terá a música começado já no título..? – esta pode ser uma questão Smetakiana interessante..!

As Plásticas Sonoras podem ser vistas de duas maneiras distintas. Por um lado são objetos sem ‘restrições’ que incorporam um novo tipo de relação não com a música tradicional, mas com o próprio som. Elas não vêm com um manual de uso indicado a forma ‘correta’ de tocá-los. O próprio ato de tocar se torna uma invenção do intérprete. Elas podem ser tocadas por diversos intérpretes simultaneamente (ver o ‘Pindorama’), etc. Por outro lado, elas são dotadas de um ponto de vista estético, uma vez que o próprio timbre implica em um comprometimento formal a um resultado sônico e, portanto, a um ponto de vista formal.

Assim, para ‘evitar’ o aprisionamento na ‘armadilha Smetakiana’, sua vontade criativa, eu decidi expor e de alguma forma subverter os elementos formais de seus instrumentos, suas ‘limitações técnicas’. Meu objetivo durante essa composição foi criar uma nova forma de virtuosismo que tem em comum com os instrumentos ocidentais o fato que uma interpretação engajada por parte do músico ser constantemente demandada para demonstrar a plasticidade dos instrumentos. Assim, eu emprego novas técnicas para o manuseio dos instrumentos reinventando o repertório de gestos associados aos mesmos. Dessa forma eu consegui criar uma “Cadenza” para a VINA (a principal invenção de Smetak) que demanda virtuosismo extremo, mas mantém a singularidade do instrumento, sua diferença icônica, visível e funcional à música... Como elemento recorrente em minha própria música, eu sempre tento evitar expor os instrumentos meramente como parte de um circo inócuo no qual estes seriam apenas um apetrecho, ou um efeito sonoro. Minha partitura é reflexo de processos complexos buscando salvaguardar e abarcar todos seus materiais com as mesmas demandas relativas à composição. Eu também tratei os instrumentos ocidentais com a mesma abordagem híbrida de Smetak. O piano e o percussionista II formam um instrumento singular: ambos tocam o mesmo piano; o guitarrista e o flautista tem instrumentos percussivos para prolongar seus próprios gestos em outras direções.... O ‘Chori Sol e Lua’ Smetakiano, embora feito para um intérprete semelhante a um violoncelista, é tocado por um guitarrista.

Finalmente, eu quis abarcar toda a concepção cósmica Smetakiana do instrumento, criando uma forma de “emaranhado vibratório” com todos os músicos. Para isso eu criei o que chamei de “Árvore Elástica”. Trata-se de um cenário fascinante. No entanto, minha intenção é a de ligar todos os músicos através de elásticos que vibram com instrumentos percussivos quando balançados, mantendo uma prioridade musical básica. A visão me veio quando contemplava a obra de Smetak “Pindorama”. Uma estrutura de bambu que lança de seu topo ou cabeça (como uma Medusa) “vasos capilares plásticos” cujas terminações apresentam pequenas flautas. Este instrumento, tocado por diversos músicos simultaneamente, é de alguma forma uma metáfora poderosa para o nosso tempo de divisões de várias ordens: financeira, racial, religiosa, política, nacional, etc. Acredito que a Árvore Elástica funciona como um ícone Smetakiano, no qual Smetak deixa de ser visto como uma figura alienígena e marginalizada na nossa história comum; um Ícone que, espero, reverbere (e alerte), por dentre o clima inalterado da nossa cultura primitiva – onde a utopia é uma forma de distopia e os terráqueos são os verdadeiros alienígenas...

 

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