Organizando o conhecimento em rede
No âmbito dos acervos digitais, podemos dizer que estamos realmente conectados? Como podemos fomentar laços online entre comunidades GLAM em contextos similares?
No último encontro da série “Transbordados” serão abordados os desafios e necessidades do compartilhamento livre de conteúdos culturais para a construção de uma rede sustentável e colaborativa no continente. Serão apresentados exemplos de iniciativas digitais de dados abertos do universo GLAM (sigla em inglês que designa galerias, bibliotecas, arquivos e museus) no Brasil e no mundo.
A organização rizomática do conhecimento permite que qualquer ponto de geração de conteúdo se conecte a qualquer outro, ligando organizações de saber e ocorrências que remetem às artes, às ciências, às lutas sociais. Essa definição de rizoma, como concebida pelos pensadores Gilles Deleuze e Félix Guattari, remete à gama de possibilidades de intercâmbio cultural contida no universo das coleções digitais.
Atualmente, principalmente em meio ao contexto de isolamento social provocado pela pandemia, são muitas as iniciativas que visam a digitalização de acervos institucionais e até mesmo pessoais, bem como passeios virtuais através de uma ampla variedade de exemplos do patrimônio histórico e cultural. Mas qual a relevância desses acervos quando observamos os dados de acesso aos arquivos digitais?
PARTICIPANTES
Karen Worcman (Museu da Pessoa)
Fundadora e curadora do Museu da Pessoa desde 1991. Historiadora pela UFF com pós-graduação em Linguística pela UFRJ, atualmente é doutoranda do Programa Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades da FFLCH/USP. Tornou-se fellow da Ashoka em 1999. Editou e co-editou várias publicações, tais como História Falada: memória, rede e mudança social (2006) e Tecnologia Social de Memória (2009). É coautora da publicação Social Memory Tecnhology: Theory, Practice, Action (Routledge, 2016). Atualmente é do Conselho do Center For Digital Storytelling (http://storycenter.org), membro do conselho de ética do Memory Studies Association (www.memorystudiesassociation.org), faz parte do International Editorial Board, Journal of Memory, Mind & Media e atua como Storytelling collector do Wellbeing Project (www.wellbeing.org).
Evelin Heidel (Wikimedia Uruguai)
Bacharel em Letras pela Universidade de Buenos Aires, Argentina. Trabalhou em questões de digitalização, direitos autorais e patrimônio cultural em vários projetos e instituições na Argentina. Foi bolsista de Harvard para o Library Innovation Lab em 2018 e International Visiting Scholar no Washington College of Law, American University. Mais recentemente, Evelin revitalizou a iniciativa Open GLAM com Creative Commons. Atualmente trabalha como consultora autônoma e está cursando o mestrado em Direito e Economia de Mudanças Climáticas na FLACSO Argentina.
Carolina Matos (mediação)
Doutora em História da Arte pela Universidad Complutense de Madrid, curadora e gerente de projetos. Elabora e coordena exposições e programas educativos, tendo sido coordenadora do Abre-te Código, hackathon de dados culturais abertos realizado em 2020. Já atuou em colaboração com o Goethe-Institut, Museu da Língua Portuguesa, Itaú Cultural, Oi Futuro Rio de Janeiro, Matadero e La Casa Encendida (Madri), entre outros. Atualmente, é gerente de conteúdo da DIVI•hub, plataforma de investimentos na economia criativa. Com paixão pela interseção entre tecnologia e cultura, conecta esses temas com o respaldo de uma extensa pesquisa acadêmica sobre a transformação digital no universo GLAM.
Como participar:
Transmissão em português e espanhol pelos canais do Goethe-Institut São Paulo e Movimento Wiki Brasil no YouTube e Facebook. Não é necessário inscrever-se previamente para assistir.
https://www.youtube.com/user/goethesaopaulo
https://www.youtube.com/c/wmnobrasil
https://www.facebook.com/wmnobrasil
Sobre o projeto:
A produção de dados que impulsiona o discurso sócio-cultural latino-americano no âmbito digital é permeada por desafios e expectativas na dinâmica da criação e compartilhamento de conteúdos online. Atualmente, comunidades do Sul Global representam cerca de 80% da população mundial com acesso à Internet, enquanto a contribuição de dados na rede se origina majoritariamente na Europa e na América do Norte.
Como podemos aumentar o nível de representatividade digital, com o fortalecimento do discurso em primeira pessoa de profissionais e usuários latino-americanos em plataformas de acesso livre ao conhecimento?
“Transbordados”, evento organizado pelo Goethe-Institut São Paulo em parceria com o Wiki Movimento Brasil e com curadoria de Carolina Matos, doutora em história da Arte, propõe a reimaginação, a partir de um contexto marginalizado, de práticas colaborativas de compartilhamento de informações como a que ocorre na plataforma Wikidata.
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