Concerto, workshop, palestra e filme Re-inventing Smetak

Ensemble Modern Divulgação

4ª, 28.06.2017 -
dom, 02.07.2017

O suíço Walter Smetak (1913-1984) é uma das figuras esquecidas pela história da música. Em 1937, ele imigrou ao Brasil, fugindo às forças políticas tenebrosas na Europa. Enquanto músico, poeta, escultor e criador de instrumentos, Smetak foi um dos precursores da contracultura brasileira e influenciou a Tropicália. Após décadas em que a ciência da obra de Smetak ficou restrita a poucos indivíduos, o Ensemble Modern recupera esses objetos sonoros experimentais, a partir de um esforço conjunto com o Projeto do Programa Artistas-em-Berlim do DAAD em cooperação com o Goethe-Institut. A iniciativa é patrocinada pela Fundação Cultural Federal da Alemanha, com apoio da Ernst von Siemens Musikstiftung e da Pro Helvetia, Fundação Suíça para a Cultura e Ministério das Relações Exteriores da Alemanha.
 
“Re-Inventando Smetak” é fruto das pesquisas intensas de quatro compositores sobre o mundo sincrético do inventor musical e pensador original Walter Smetak: Paulo Rios Filho, Arthur Kampela, Daniel Moreira e Liza Lim. Os trabalhos comissionados neste contexto foram inspirados por diversos aspectos do seu trabalho: sua microtonalidade, que ele concebeu como ato de libertação das normas dos sistemas tonais, suas práticas coletivas de improvisação, seus instrumentos experimentais e suas “plásticas sonoras”. Os resultados da “re-invenção” do mundo fenomenal de sons e ideias de Walter Smetak será ouvido em Frankfurt (Alemanha), Berlim (Alemanha), Rio de Janeiro, Salvador, Campos do Jordão e São Paulo. Somam-se aos concertos uma exposição na Alemanha, e no Brasil palestras e painéis de discussão, bem como oficinas realizadas com participantes brasileiros e alemães. No Rio de Janeiro, o concerto acontecerá na Sala Cecília Meireles, workshops serão realizados na UFRJ e palestras, no MAM.
 
Programação Rio de Janeiro (aberta ao público):
 
CONCERTO ENSEMBLE MODERN
 
1º de julho
 
Re-Inventando Smetak – Ensemble Modern
18h30: Debate com compositores
Participação de Arthur Kampela, Daniel Moreira, Paulo Rios e do alemão Michael Maria Kasper, do Ensemble Modern. Mediação de Daniel Quaranta (UFJF)
Local: Espaço Guiomar Novaes (Rua Teotônio Regadas, 2/26 – Centro)
20h: Concerto do Ensemble Modern, de Frankfurt
Local: Sala Cecília Meireles (Largo da Lapa, 47, Lapa)
 
Entrada: R$ 40,00
 
Assista ao teaser da apresentação da orquestra: 
 

 
 
DEBATES E INTERVENÇÕES NO MAM
 
30 de junho (sexta-feira)
 
Temática I - Arqueologia do Afeto:  Memória, Do som ao espírito - As atividades neste primeiro momento serão dedicadas a revisitar Walter Smetak tendo como convidados personalidades que trabalharam e conviveram com ele. O mote é estabelecer uma arqueologia dos afetos que fundamentam o trabalho e a pesquisa de Smetak, bem como discutir aspectos significativos de sua memória e seu acervo.
 
15h30 - Depoimentos e mesa redonda
Participação de Diana Dasha (RJ), Bárbara Smetak (BA), Daniel Camargo (RJ) e Jesus Chediak (RJ). Mediação de Giuliano Obici.
Local: Cinemateca do MAM
Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo
Entrada franca
 
18h30 – Intervenção
Peça "Casca" para dois trombones (de Alexandre Fenerich, com os trombonistas Lulu Augusto Pereira e Josemar Sousa) e exercício dos alunos de pós-graduação da UFF e da UNIRIO. Em seguida, apresentação da peça "Anestesia" (Smetak 1971), performance dos alunos do workshop com Ensemble Modern.
Local: Pilotis do MAM
Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo
Entrada franca
 
20h30 – Shows
Apresentação de O Grivo (BH), Cadós Sanchez (SP) e Thomas Rohrer (SP/Suíça)
Local: Cinemateca do MAM
Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo
Entrada franca
 
 
1º de julho (sábado)
 
Temática II - Arqueologia do Presente: Perspectivas, Recepção internacional , Interculturalidade - O mote aqui é pensar as iniciativas que envolvem a obra de Smetak no presente. Impulsionado pela iniciativa do Ensemble Modern de reinventar Smetak, a temática propõe discutir o papel de sua obra no contexto internacional. Serão abordados aspectos inter-culturais tais como a influência e o distanciamento de sua formação europeia, o sincretismo com culturas indígenas e escolas iniciáticas orientais, bem como a simbologia das formas e das cores decorrente de sua ligação com a eubiose (versão brasileira da teosofia).
 
10h – Palestra “Smetak e Perspectivas”
Por Marco Scarassatti (UFMG)
Local: Cinemateca do MAM
Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo
Entrada franca
 
11h – Mesa redonda “Interculturalidade, Recepção Internacional e Perspectivas”
Participação de Uibitu Smetak (BA), Julia Gerlach (DAAD – Alemanha), Livio Tragtenberg (SP), Michael Maria Kasper (Ensemble Modern – Alemanha), Christian Fausch (Ensemble Modern – Alemanha), Jasper Walgrave (Pro Helvetia - Suíça), Manfred Stoffl (Goethe-Institut - Salvador) e Marco Scarassatti (UFMG). Mediação de Alexandre Fenerich (UNIRIO).
Local: Cinemateca do MAM
Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo
Entrada franca
 
Temática III - Arqueologia do Futuro: Arte sonora brasileira, Retorno ao futuro - Neste momento, o evento se ocupa em abordar o contexto do som nas artes. Em seu percurso Smetak expande a ideia tradicional de instrumento musical até chegar às plásticas sonoras, explorando o som no plano material e visual. Tal percurso aponta para o que hoje se denomina arte sonora, oferecendo pistas para pensar este tipo de prática no contexto brasileiro.
 
14h - Palestra “Arte Sonora no Brasil”
Por Franz Manata (Parque Lage - Rio de Janeiro)
Local: Cinemateca do MAM
Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo
Entrada franca
 
15h – Mesa Redonda “Das plásticas sonoras à arte sonora”
Participação de Franz Manata (RJ), Rui Chaves (Portugal) e Julia Gerlach (DAAD – Alemanha). Mediação de Giuliano Obici (UFF).
Local: Cinemateca do MAM
Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo
Entrada franca

 
PROGRAMAÇÃO CINEMATECA DO MAM
 
2 de julho (domingo)
 
14h - Exibição de documentários
“Smetak” de Luís Carlos la Saygne (Brasil | 1976); “Natureza e Escultura” de José Tavares de Barros (Brasil | 1976); “O alquimista do som” de José Walter Lima (Brasil | 1978); “A ilha da resistência” de Rimo Marconi e Timo Andrade (Brasil | 1985); “Itacoatiara – A pedra no caminho” de Torquato Lima (Brasil | 1987); “Anil” de Fernando Belens (Brasil | 1990)
Local: Cinemateca do MAM
Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo
Classificação indicativa: 14 anos
Entrada franca
 
16h - Exibição do filme “O cinema falado de Caetano Veloso” (Brasil | 1986)
Local: Cinemateca do MAM
Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo
Classificação indicativa: 14 anos
Entrada franca
 
18h - “O trem caipira” (Alemanha | 1994)
Local: Cinemateca do MAM
Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo
Classificação indicativa: 14 anos
Entrada franca
 
 
PROGRAMAÇÃO UFRJ – Escola de Música
 
28 de junho (quarta-feira)
 
9:30h às 12:30h – Workshop*
Local: Escola de Música da UFRJ (Sala Henrique Oswald)
Endereço: Rua do Passeio, 98 - Centro
 
14:00h às 17:00h – Workshop*
Local: Escola de Música da UFRJ (Sala Henrique Oswald)
Endereço: Rua do Passeio, 98 - Centro
 
14:00h às 17:00h – Workshop*
Local: Escola de Música da UFRJ (Salão Leopoldo Miguez)
Endereço: Rua do Passeio, 98 – Centro
 
14:00h às 17:00h – Workshop*
Local: Escola de Música da UFRJ (Sala da Congregação)
Endereço: Rua do Passeio, 98 – Centro
 
 
29 de junho (quinta-feira)
 
9:30h às 12:30h – Workshop*
Local: Escola de Música da UFRJ (Sala Henrique Oswald)
Endereço: Rua do Passeio, 98 - Centro
 
* Mais informações e inscrições em breve
 

Sobre Walter Smetak

Walter Smetak (1913-1984) cindiu com sua identidade europeia de maneira extremamente inspiradora. Incorporando uma multitude de influências - norteadas pelo coletivismo, transformação interna, liberdade e espiritualidade - o compositor e músico de orquestra suíço inventou um lugar fascinante entre os instrumentos musicais e as artes visuais carregados de simbologia e significado.
 
Quatro compositores participam do projeto “Re-Inventando Smetak”. Paulo Rios Filho, que estudou em Salvador e tem familiaridade com o ambiente cultural da cidade, conhecia Walter Smetak apenas por nome. O que lhe pareceu intrigante nos instrumentos foi principalmente seu caráter não-domesticado e sua ausência de sofisticação. Para Arthur Kampela, que é natural do Rio de Janeiro, mas vive em Nova Iorque, Smetak é uma figura lendária e inspiradora. Segundo ele, os instrumentos questionam todos os pressupostos assegurados, não são sujeitos à nenhuma tradição e, portanto, deixam todos os rumos abertos para o compositor.
 
Daniel Moreira, que vive na Alemanha, tem fascínio pelos padrões de movimento dos instrumentos, os quais ele vê como objetos ambíguos e misteriosos. Por meio de vídeo, ele intenta capturar essa indefinição, obtendo assim, uma imagem clara da perda de nitidez – uma de muitas imagens possíveis. Liza Lim, por outro lado, se aprofundou na atmosfera multicultural de Salvador durante sua estadia de um mês na cidade. Ela vê analogias entre as estruturas sociais que dominam a dança circular da roda nos rituais de candomblé e as formas circulares discerníveis nas formas e sons dos instrumentos cinéticos de Smetak.
 

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