Bate-papo Terézia Mora

5ª, 13.09.2018

19:00 - 21:00

Anexo - Casa Guilherme de Almeida

Bate-papo e lançamento do livro: "Todo dia"

Um bate-papo entre a escritora e a tradutora  Simone Homem de Mello sobre literatura, tradução e sobre o livro Todo dia, (Rio de Janeiro: Nau Editora, 2018).
 
Todo dia é o romance de estreia de Mora, escritora húngara radicada na Alemanha, ganhadora do mais importante prêmio de literatura alemã, o Georg Büchner Preis (2018). Inédita no Brasil, esta é sua primeira obra traduzida e publicada em língua portuguesa. 
O livro recebeu o aporte do Programa de Fomento à Tradução do Goethe-Institut.
 
A obra narra os acontecimentos na vida de Abel Nema, um homem misterioso e fascinante que é um fenômeno linguístico capaz de falar dez línguas com perfeição, mas que não consegue dar conta dos acontecimentos de sua própria vida. Desde que saiu de sua terra natal nos Balcãs dez anos antes – e os revezes bélico-políticos da região o condenaram ao exílio definitivo como desertor –, Abel Nema tem convivido com estrangeiros mais ou menos adaptados e refugiados ilegais, entre eles um grupo de músicos boêmios, um filantropo desempregado, uma gangue de jovens ciganos, um vizinho pesquisador da teoria do caos e usuário de ervas alucinógenas, as figuras lascivas que ele encontra no inferninho do bairro e uma família acolhedora e simplória a que se vincula através de um casamento fictício para conseguir prolongar sua permissão de residência. Seu extraordinário talento para línguas lhe rende alguns trabalhos como tradutor, mas ele permanece estranhamente vazio e constrangido em sua inabilidade de comunicação e relação com os outros.

Através da sucessão desenfreada de eventos na vida de um indivíduo tão genial quanto perturbado, Todo dia tematiza questões importantes para o entendimento do mundo contemporâneo e, particularmente, da Europa multicultural atual: guerras, migrações, crises econômicas, exclusões, intolerâncias... No total domínio de uma prosa labiríntica, com intensa troca de perspectivas e rara força poética, Terézia Mora nos atinge em cheio com esta história visceral sobre existências precárias num mundo de transformações vertiginosas. Originalmente publicado na Alemanha em 2004.
 
A conversa faz parte da programação da 8ª edição do „Transfusão – Encontro de Tradutores“ da Casa Guilherme de Almeida, que abordará a atividade tradutória à luz dos deslocamentos territoriais, linguísticos e culturais.

A autora estará no Rio de Janeiro para participar do ciclo de debates internacional:
“A palavra fora do lugar: escritores refugiados e em risco”

Durante o evento, que será seguido de coquetel, haverá sessão  de autógrafos e leitura de trechos da obra.
 
O livro será vendido no dia do evento ao preço promocional de R$ 50,00.

Terézia Mora
Uma das mais importantes vozes da literatura de língua alemã. Escritora, roteirista e renomada tradutora do húngaro, nasceu em 1971 em Sopron, Hungria, cresceu e educou-se no ambiente bilíngue da família de minoria alemã. Em 1990, no contexto das transformações políticas que culminaram na queda do Muro, muda-se para Berlim para estudar Hungarologia e Teoria Teatral. Todo Dia é o seu livro de estreia como romancista, publicado originalmente em 2004. Além de romances e contos, Mora também escreveu roteiros, peças e ensaios. Recebeu vários prêmios importantes, incluindo o Prêmio Ingeborg Bachmann (1999), o Prêmio da Feira do Livro de Leipzig (2005) e o Prêmio do Livro Alemão (2013). Em 2018, ganha o mais importante prêmio de literatura alemã, o Georg Büchner Preis, pelo conjunto de sua obra.
 
Simone Homem de Mello
Escritora e tradutora literária. Seus poemas em português estão reunidos em Périplos (São Paulo: Ateliê Editorial, 2005), Extravio Marinho (São Paulo: Ateliê Editorial, 2010), Terminal, à escrita (São Paulo: Lumme, 2015) e em coletâneas brasileiras e estrangeiras de poesia contemporânea. No período em que viveu na Alemanha, de 1993 a 2010, trabalhou como autora, tradutora, dramaturgista e libretista. Escreveu os libretos para as óperas Orpheus Kristall (Munique, Münchener Biennale für Neues Musiktheater, 2002; composição de Manfred Stahnke); Keine Stille auβer der des Windes (Bremen: Bremer Theater, 2007; composição de Sidney Corbett) e UBU – Eine musikalische Groteske (Gelsenkirchen: Musiktheater im Revier, 2012; composição de Sidney Corbett). 

Parceria: Casa Guilherme de Almeida, Nau Editora e Consulado Geral da República Federal da Alemanha.
 

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