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Reformas
Sob o sol espanhol

Quando chegam à idade da reforma, muitos britânicos mudam-se para as cidades soalheiras de Espanha. Isto é possível porque, segundo as regras da União Europeia, é possível gozar a reforma no estrangeiro. Mas o que poderá acontecer, quando o Reino Unido deixar de fazer parte da União Europeia?

De Eric Bonse

Ilustração: © Daniel Montero Galán
Vivem em Maiorca, em Valência, ou até mesmo em Madrid. 310.000 britânicos mudaram-se para a Espanha: alguns para trabalhar, mas a maioria para desfrutar da sua reforma sob o calor do sol espanhol. Até agora, isto é possível porque a União Europeia assegura que se possa receber a pensão de reforma vivendo noutros países europeus..

No entanto, desde que o Reino Unido votou para sair da União Europeia, a situação de muitos britânicos que vivem em Espanha e noutros países da UE tornou-se precária. Os expatriados temem perder o direito à sua pensão se o Brexit se concretizar. E alguns estão mesmo a pensar em regressar à sua terra natal, o que poderá ser um problema para a economia espanhola.

Michael Harris, escritor britânico residente em Madrid, nunca tinha refletido sobre a União Europeia e sobre as suas vantagens. Mas, tal como muitas outras coisas, a sua importância só se torna clara quando a perdemos. Com a ajuda da associação Eurocitizens, Michael quer agora lutar pelos seus direitos.   

A União Europeia é como muitas coisas na vida: a sua importância só se torna clara quando a perdemos.

Mas afinal quais são esses direitos? Muitos cidadãos da UE – tais como os muitos reformados alemães em Maiorca ou os antigos trabalhadores espanhóis na Alemanha – também não estão cientes destes direitos. Isto deve-se ao facto de se aplicarem regras diferentes em cada país da UE. Mesmo a idade da reforma é regulada de forma diferente de país para país, seja em Espanha, no Reino Unido e na Alemanha.

A UE não se preocupa com os detalhes, porque os sistemas de segurança social são regulados a nível nacional. No entanto, Bruxelas assegura que as pensões são transferíveis, isto é, que podem ser recebidas para outro país. Para este caso há regras fixas. A base para tudo isto é a livre circulação de trabalhadores no mercado interno.

Os britânicos que vivem em Espanha beneficiaram desta liberdade de circulação, mas agora começam a temer pelos seus direitos. Já os 230.000 espanhóis que trabalharam na Alemanha não precisam de se preocupar. As suas reformas estrangeiras são seguras - graças à UE.