“Alterar o enquadramento [do que é arte] é um ato social, e um ato que está sempre alicerçado numa realidade histórica e social. Para isso, é preciso uma interação entre os seres humanos e as máquinas." Uma entrevista ao poeta digital e filósofo Hannes Bajohr.

Nos últimos anos, sem que tenhamos prestado especial atenção a inteligência artificial (I.A.) foi evoluindo, e penetrando nos mais diversos domínios da vida contemporânea. Hoje, emerge a necessidade de pensar e construir novas relações entre pessoas e máquinas. 

A inteligência artificial assume uma importância cada vez maior também no setor livreiro. Enquanto muitos têm expetativas mais realistas, há quem visualize cenários mais próximos da ficção científica.
 

Coisas estranhas acontecem quando a inteligência artificial tenta escrever uma história. O autor Daniel Kehlmann conta a sua experiência em ser coautor com um algoritmo, refletindo sobre as potencialidades e as limitações desta colaboração.

Por vezes subestimamos a rapidez com que os computadores evoluem. Mas como ainda existe um longo percurso à sua frente, esta é uma boa altura para fazer um balanço. Pedimos aos principais tradutores automáticos para traduzirem uma das frases mais famosas da língua alemã: o início de "A Metamorfose" de Franz Kafka. Este foi o resultado. 

Em que medida é que as traduções literárias se distinguem das outras formas de tradução? Como seria se a inteligência artificial conseguisse ajudar os/as tradutores/as a identificar os padrões linguísticos dos/as autores/as?

Quando o Google Translate foi introduzido, em 2006, conseguia traduzir apenas duas línguas. Em 2016, já traduzia mais de 103 línguas e 100 mil milhões de palavras por dia. O sistema não traduz apenas, mas também transcreve em tempo real oito das línguas mais difundidas. As máquinas conseguem aprender e fazem-no rapidamente.

Nas leituras primordiais dos tradutores reside uma janela de oportunidade para que as obras possam percorrer fronteiras e chegar até nós. Nesse aspeto, a formação em tradução de língua alemã assume um papel decisivo.

A tradução é, cada vez mais, entendida como um exercício de “segunda autoria” com uma boa dose de criatividade, mas que não poderia existir sem um conhecimento profundo da língua que se traduz. 

Na última década verifica-se cada vez mais uma aposta na tradução de autores contemporâneos de língua alemã, acompanhando aquelas que são as tendências literárias (em autores e temas) do mercado editorial de expressão alemã.

"Annette, ein Heldinnenepos", de Anne Weber, conquistou o Prémio Alemão do Livro 2020 atribuído ao romance do ano, na abertura da Feira do Livro de Frankfurt. 

Os tradutores são muitas vezes os atores subestimados da literatura. Para o diálogo entre culturas são imprescindíveis, porque nos deixam participar (e vivenciar, na verdade) na forma de pensar e sentir de outras culturas.

O multifacetado emaranhado social de Berlim reflete-se também no panorama literário da capital alemã. Em Berlim escreve-se, lê-se e publica-se em muitas línguas – mais do que só em língua alemã.

A literatura negra alemã tem uma longa história e engloba um espectro muito grande de obras. No entanto, os autores negros alemães continuam atualmente a ter muito pouca visibilidade, em especial aqueles que se dedicam à ficção. 

O autor alemão Thomas Melle sofre de desordem bipolar há muitos anos. No livro “O mundo às costas”, Melle critica a mudança na forma como os doentes mentais são tratados e recusa-se a aceitar o mito do génio e da loucura.

Tradições poéticas muito distintas, países muito diferentes, mas a mesma vontade de intervir. As duas organizadoras de "Às vezes são precisas rimas destas" contam como foi fazer esta antologia de poesia política portuguesa e de expressão alemã.

Blaue Frau, de Antje Rávik Strubel, foi escolhido como o melhor romance do ano. Em 2021, o Prémio do Livro Alemão foi atribuído a uma escritora ambiciosa e empenhada.

Na viagem que um livro percorre até chegar à estante existe um trabalho demorado, que implica decisões a cada passo. Como escolher um livro para editar?

Devido à epidemia provocada pelo novo coronavírus, a Feira do Livro de Frankfurt 2020 irá decorrer exclusivamente num formato digital. Berit Glanz lamenta que, por essa razão, muitos encontros pessoais deixem de se realizar, mas fica contente por haver cada vez mais debates inspiradores sobre literatura no espaço digital.

A menos de cem metros do Kurfürstendamm, na Fasanenstrasse 23, encontra-se a sede da Literaturhaus Berlin, a Casa da Literatura de Berlim.  Em março a programação cultural começou a fazer experiências com novos formatos digitais. 

Em 2019, o Prémio da Paz dos Editores e Livreiros Alemães foi atribuído ao fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. Um artista empenhado na proteção do ambiente e que coloca o sofrimento humano no centro do seu trabalho fotográfico.
 

Todos os anos em Outubro, o mercado editorial encontra-se em Frankfurt. Naquela que é a mais importante feira do livro a nível mundial são feitos negócios, criadas redes de contactos e, claro, festejada a literatura.

A lista dos nomeados ao Prémio Alemão do Livro 2019 já é conhecida, e inclui muitos primeiros romances de jovens autores. Esta nomeação é uma grande honra para estes autores, mesmo quando as críticas não são consensuais.

A Feira do Livro de Leipzig é o primeiro grande encontro do mercado livreiro na Alemanha. Todos os anos, em março, são aqui apresentadas as novidades editoriais da primavera literária, numa tradição com muitos séculos.

Na últimas semanas tenho andado entre Kreuzberg e Schöneberg, entre Mitte e Dahlem e entre Wedding e Charlottenburg, com o objetivo de visitar as bibliotecas das universidades, das escolas, as bibliotecas de bairro e as bibliotecas municipais.

Durante as minhas explorações por Berlim ainda não me tinha deixado levar pelas livrarias da cidade. Essa ideia surgiu-me depois de ter adquirido o Mapa das Livrarias de Berlim. Nessa publicação podemos encontrar uma lista de 175 livrarias independentes de Berlim que vale a pena visitar. 

Hoje levo-vos pela segunda vez a dar um passeio virtual pelas livrarias independentes de Berlim. Assim podemos ter a sensação de estar a passear na rua, mesmo quando somos obrigados a ficar dentro de casa.

Terminamos hoje o nosso passeio passeio virtual pelas livrarias independentes de Berlim. A Primavera aquece a cidade com os primeiros raios de sol e com este bom tempo imaginamos que já nos podemos movimentar à vontade, sem restrições.