Parte III: Direitos, Contratos, Ficção, Medo, Protesto
28.09.2024

Ana Jara é arquiteta e cofundadora do aterliê Artéria, a partir do qual desenvolve uma prática prospetiva e exploratória. Utiliza metodologias de investigação-ação num enquadramento interdisciplinar, para criar projetos e programas de intervenção urbana, a partir da relação com os lugares e das necessidades e desejos das comunidades, como acontece com Avenida Intendente e Lisbon Skyline Operation, para a representação portuguesa da 14.º Bienal de Arquitectura de Veneza. Integrou a equipa de curadores do Porto Design Biennale 2021, para o qual co-concebeu a exposição Matéria Para Escavação Futura na Trienal de Lisboa, e do Satélite Nórdico da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2016 - The Power of Experiment - Formulate, Formalize, Perform com apoio do Nordic Culture Fund. Doutoranda em Estudos Urbanos no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), investiga sobre a integração das dimensões do Direito à Cidade nos instrumentos de planeamento urbano. Tem escrito sobre arquitetura, cidade e políticas urbanas, para publicações como o Caderno Vermelho e Le Monde Diplomatique. Foi professora na Escola de Arquitectura de Umeå, na Suécia e na Faculdade de Design, Tecnologia e Comunicação (IADE). É vereadora na Câmara Municipal de Lisboa, desde 2018.

Joana Pestana Lages é arquiteta e investigadora. O seu trabalho centra-se nos desafios das intervenções urbanas em lugares auto-construídos na procura de justiça espacial. Joana Pestana Lages é investigadora do DINÂMIA'CET – IUL, Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território. Interessa-se por investigação interdisciplinar cruzando a Arquitetura e as Ciências Sociais e as Humanidades, investigação-ação e projetos participativos. Os seus principais temas de interesse são a precariedade habitacional, o direito à habitação, a diversidade urbana e a desigualdade espacial. Atualmente, coordena o projeto Care(4)Housing, financiado pela FCT. Em 2017, cofundou a associação Mulheres na Arquitetura, com o objetivo de refletir e agir sobre a igualdade de género na produção da arquitetura, da cidade e do território.

Marc Vidal é arquiteto, licenciado na escola de arquitetura de Bordéus, em 2016. Colabora com Éo, toutes architectures desde 2015 e também com o centro de arquitetura arc en rêve, em Bordéus, desde 2020, na promoção e divulgação da cultura arquitetónica. 

Éo, toutes architectures é um gabinete de arquitetura fundado em 2001, por Antoine Carde e Siegrid Péré-Lahaille. Cada projeto levanta uma questão a que é necessário dar resposta. Para eles, a utilidade é primordial, e um projeto é idealmente concebido de dentro para fora, em conjunto com os utilizadores. Um projeto é, acima de tudo, uma resposta a uma pergunta.  Esta abordagem lógica e materialista é confrontada com um ambiente no seu sentido mais lato. O ambiente é uma paisagem, mas também é composto por recursos e pessoas. Fazer parte deste ambiente multifacetado exige sensibilidade e sensatez. Não se pode impor de forma brutal. Quer se trate da integração de um edifício num local, da utilização de materiais num determinado contexto ou do afluxo de habitantes a um bairro, é importante ser amável, dar e emprestar.  

Paulo Moreira é arquiteto e investigador, sediado no Porto e em Joanesburgo. Formou-se pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, em 2005, tendo estudado também na Accademia di Architettura, Mendrisio, na Suíça. Doutorou-se pela London Metropolitan University, em 2018, e é, atualmente, Centennial Fellow na School of Architecture & Planning, Wits University. Desde 2011, exerce atividade no estúdio Paulo Moreira architectures. No campo da prática disciplinar, tem desenvolvido projetos de reabilitação, públicos e privados, de escalas e tipologias diversas. No campo académico, investiga práticas espaciais e urbanismo em contextos de conflito urbano e carência social. No campo dos cruzamentos disciplinares, é fundador e diretor artístico do INSTITUTO (desde 2018), e diretor do Arquiteturas Film Festival (desde 2021). Editou os livros Critical Neighbourhoods – The Architecture of Contested Communities (Park Books, 2022) e Aprender a Desaprender (Dafne, 2024), e é autor de Reciprocidades (Circo de Ideias, 2023). Fez parte da equipa editorial do Jornal Arquitetos (OA, 2012-15). Foi vencedor de vários prémios e bolsas, incluindo o Prémio Távora (2012), o Prémio IHRU (2014) e a Grant to Individuals da Graham Foundation (2021). Foi finalista do Prémio FAD – Arquitetura (2015), do RIBA President’s Award for Research (2019) e faz parte da shortlist do European Union Prize for Contemporary Architecture - Mies van der Rohe Award (2024).

Pedro Levi Bismarck, nascido em 1983, no Porto, é licenciado em arquitetura pela FAUP (Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto), onde foi monitor (2009) e Assistente Convidado (2015-2019). É investigador no Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo (CEAU-FAUP), editor do jornal Punkto (2013) e co-editor do projecto editorial Stones against Diamonds (2018). No âmbito da sua prática de estudo, escreve regularmente sobre arquitetura, cidade, habitação, capitalismo, cultura e política (revista Electra, jornal Público, Jornal Arquitectos, Quaderns d’arquitectura i urbanisme, Burning Farm). Em 2019, escreveu Contributos para uma crítica da ‚questão da habitação‘ no Porto, para o livro São João de Deus (Dafne) e, em 2020, publicou o ensaio Arquitectura e ‚pessimismo‘. Sobre uma condição política em arquitectura (Stones against diamonds).

Tatjana Schneider é investigadora, escritora, educadora e diretora do Instituto de História e Teoria da Arquitetura e da Cidade (GTAS), da Universidade Técnica de Braunschweig. Perante o colapso climático, as transformações concomitantes e interligadas da nossa época, e as crescentes desigualdades socio-espaciais, a sua investigação e ensino dedicam-se aos estudos de caso que exigem e promovem princípios do bem comum e resistem a produções violentas - exploradoras, especulativas e discriminatórios - do espaço. Atualmente, está a trabalhar numa série de projetos de investigação centrados nas mudanças sistémicas que exigem acompanhar formas e práticas reimaginadas da arquitetura, nomeadamente Architecture is Climate. Em 2021, candidatou-se a Presidente da Câmara da cidade onde vive: Braunschweig.