Peter Handke e o Teatro
Na quinta-feira, 21 de setembro, pelas 18h30, terá lugar a mesa redonda intitulada
Em Guerra com as Palavras – Peter Handke e o Teatro no auditório do Goethe-Institut em Lisboa. Participam da mesa-redonda
Anabela Mendes,
Vera San Payo de Lemos e
Bruno Monteiro. A moderação estará a cargo de Alexandre Pieroni Calado.
Desde 1965, quando a editora alemã Suhrkamp Verlag aceitou o seu romance Die Hornissen, Peter Handke publicou perto de setenta títulos, em géneros diversos que incluem também a poesia e o ensaio, destacando-se um importante número de textos para teatro e alguns trabalhos para cinema. As suas peças, em particular, revelam uma vontade de tensionar as palavras e a própria forma dramática ao limite: exploração da dimensão sonora e visual da cena por meio de uma importante escrita de didascálias, ausência de diálogo e de falas, comunicação direta com o público, restrição do texto a perguntas, são elementos que podemos encontrar em
Kaspar (1968),
Insulto ao Público (1966),
A Hora em que Não Sabíamos Nada uns dos Outros (1992),
O Jogo das Perguntas (1994), entre outros. Esta investigação sobre a linguagem tem lugar no quadro de uma interpelação dos usos sociais e dos poderes agenciados pela fala e pela escrita, questiona a elaboração gramatical do quotidiano. A audacidade e a atualidade da sua escrita, valeram a Handke um bom número de prémios literários, entre os quais o Georg Büchner (1973), o Prémio Literário Internacional de Vilenica (1987), o Prémio América (2002), o Prémio Franz Kafka (2009), para mencionar alguns. Anabela Mendes, Bruno Monteiro e Vera San Payo de Lemos encontram-se para discutir o teatro de operações de Handke na sua guerra contra as limitações da linguagem.
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