Música
Ciclo de Música Contemporânea - CMC 2018

CMC Festival 2018
© Juliana Rangel

O CMC Festival 2018 aporta em Salvador entre os dias 12 e 14 de dezembro e promete criar uma ponte entre as tradições e as vanguardas musicais

Corredor da Vitória

Salvador recebe, entre os dias 12 e 14 de dezembro, a 2ª edição do Ciclo de Música Contemporânea - CMC Festival 2018, no Teatro Vila Velha e no Goethe Institut Salvador-Bahia. O evento, promovido pela Low Fi – Produtora, contará com artistas internacionais, como Arto Lindsay (Estados Unidos), Julien Desprez (França), Luca Forcucci (Suiça), Cara Stacey (África do Sul) e Analog Africa (Tunísia).

Em 2018, a curadoria do Ciclo de Música Contemporânea aposta em problematizar a questão dos territórios, das fronteiras, das margens, propondo um encontro entre as tradições e as vanguardas musicais, borrando distinções com outras pulsações. Para tal, serão promovidos, além da residência artística do músico francês Julien Desprez, 2 “Painéis de Inventores” e 6 concertos trazendo para o público do festival 14 artistas de destaque no cenário da musica experimental mundial nestes 3 dias de festival.

A ideia central do Festival é mapear e dar visibilidade aos artistas baianos e de outras partes do Brasil que compartilham meios e procedimentos composicionais ligados à música criativa (new jazz, arte sonora, improvisação livre), ao mesmo tempo em que apontam para outras possibilidades e caminhos ligados aos seus territórios de pertencimento.

Dentre os intercâmbios apresentados, destacamos o projeto envolvendo os guitarristas Arto Lindsay, Julien Desprez, Thiago Nassif e o grupo “Tambores do Mundo”, formado por percussionistas do Ilê Aiyê. A formação dessa orquestra híbrida cria um elo entre a tradição afro-brasileira e a cultura experimental urbana sem precedentes. O encontro proporcionará a criação de um espaço de diálogo e improviso entre as duas culturas – nas palavras do próprio Desprez, “fazendo-as colidir e mostrando seu ponto comum tanto quanto suas diferenças [...] um diálogo rico, necessariamente intenso, caótico e poético, convidativo a um transe de maior densidade e loucura”.

Esse show é um dos desdobramentos da residência artística de Julien Desprez, referência quando se fala em guitarra experimental na Europa. Na sua estadia em Salvador, desenvolverá pesquisa sobre a gestualidade no samba de roda, percorrendo algumas cidades do recôncavo baiano, além de colaborar com músicos e outros agentes locais.

Outra parceria que começou marcante é com o Programa de Residencia Artística do Goethe Institut _Salvador Bahia. Desta vez, convidamos o atual residente Samy Ben Redjeb (Analog Africa), para  abertura do festival no dia 12/12!

O primeiro lançamento da Analog Africa foi uma compilação da Green Arrows Band do Zimbábue. De lá para cá, a premiada gravadora já apresentou cerca de 40 projetos e viajou por 28 países africanos, mapeando sons que têm sido lançados com raridade, ou nunca fora da África. Nos últimos anos, a Analog Africa cruzou o Atlântico e se aventurou nos gêneros influenciados pela diáspora africana. Em 2012, lançou "Diablos del Ritmo - The Colombian Melting pot 1960-1980", uma compilação de músicas obscuras colombianas. Em 2014, a jornada continuou no Brasil, com duas compilações do Mestre Cupijó (Pará) e o álbum "The imaginary Soundtrack to a Brazilian Western Movie", do sanfoneiro Mestre Camarão (Pernambuco).

A participação do Samy Ben Redjeb no CMC contou com o apoio do Goethe-Institut Salvador-Bahia, por meio do Programa de Residência Artística Vila Sul;
 
 
CMC FESTIVAL 2018 – PROGRAMAÇÃO
BAILE BLACK NOISE – TEATRO VILA VELHA /

 
QUARTA - 12 DE DEZEMBRO / 19H

João Milet Meirelles (BA) e Bruno Abdala (GO) – A primeira atração nacional do Festival é um destaque à parte: lançando a fita k7 "A corda", o duo formado por João Milet Meirelles (BA) e Bruno Abdala (GO), abre a primeira noite do festival trazendo uma pesquisa com sintetizadores e ambiências. A Corda, composta entre setembro e novembro de 2018, é um registro de composições inéditas dos artistas, estimulados pela ideia central da guitarra elétrica como símbolo de postura de ruptura, transgressão e ruído. Bruno Abdala e João Meirelles dão uma interpretação pessoal para o instrumento, tendo como base a manipulação de equipamentos eletrônicos e transformam-se em guitarra, em estática, em humming.
 
Analog Africa - Samy Ben Redjeb (Tunisia), colecionador de vinis africanos originais, DJ e fundador da gravadora Analog Africa, cujo lema é “O futuro da música aconteceu décadas atrás”, trazendo as boas vibrações da música africana contemporânea. Tudo começou numa viagem de férias, mas ficou sério quando ele se tornou DJ residente de um hotel no Senegal. Foi na capital de Dakar que começou a organizar festas e percebeu que sua percepção da música africana estava repleta de clichês. A música que ele estava descobrindo estava bem à frente do seu tempo – muito mais sofisticada e futurista do que a produção africana que se podia ouvir nas rádios ocidentais. Assim ele decidiu que este mundo musical paralelo, que poucos sabiam que existia, tinha que ser exibido.
 
CONCERTOS – TEATRO DO GOETHE INSTITUT

QUINTA - 13 DE DEZEMBRO / 20H


Junix 11 e Andrea May (BA) - unem suas pesquisas sonoras e visuais na performance RE:FORMA(live). Explorando temas a partir de uma percepção saturada do sistema contemporaneo, May HD e Junix 11 remontam em RE:FORMA uma cena sonora e visual utilizando-se de "vinil destruído" e "violão-kalimba dissonante", enquanto tornam-se cúmplices de necessidades urgentes utilizando o ruído como ponto de partida para a reconstrução de conjunturas subliminarmente harmonicas.

Luca Forcucci (CH) e Cara Stacey (ZA) - O artista sonoro suíço apresentará a obra audiovisual B(l)(e)(e)(n)dings, acompanhado pela compositora e musicóloga sul-africana Cara Stacey. B(l)(e)(e)(n)dings é o resultado de três anos de intensa exploração e colaboração em várias regiões da África Austral (Moçambique, Suazilândia, Limpopo, Joanesburgo, Pretória, Cidade do Cabo, Durban e Costa Leste). A peça a ser apresentada no CMC Festival explora e instiga um diálogo entre a combinação de formas ancestrais de música e instrumentos da África Austral, com formas eletroacústicas ocidentais de música. Durante a preparação do projeto, em maio de 2018, Luca entrevistou o compositor norte-americano Phill Niblock, conhecido por ter produzido o icônico álbum de Arthur Russell, World Of Echo. Ele generosamente forneceu imagens de trabalho manual rural filmado nos anos 70 na África do Sul e Lesoto. Os filmes serão projetados em duas telas durante a performance.
 
CMC FESTIVAL 2018 – PROGRAMAÇÃO
 
CONCERTOS – GOETHE INSTITUT (TEATRO)

SEXTA - 14 DE DEZEMBRO / 20H


Eric Barbosa (CE) - apresentando Ode ao Mar Atlântico, performance do compositor, artista multimídia e produtor Eric Barbosa. Sua produção artística passa por linguagens que envolvem música, cinema, dança, teatro, performance, arte sonora, pesquisa nos conceitos de escuta de cidades / metrópoles e instalação sonora - com essa produção vem desenvolvendo trabalhos em várias cidades brasileiras e outros países, como: Argentina, Chile, Colômbia e Portugal.
 
CONCERTOS – GOETHE INSTITUT (TEATRO)

SEXTA - 14 DE DEZEMBRO / 20H


 Arto Lindsay, Julien Desprez, Thiago Nassif, Ilê Aiyê
 
Reunindo Arto Lindsay, Julien Desprez, Thiago Nassif e o grupo "Tambores do Mundo", formado por alguns mestres e percussionistas do Ilê Aiyê, o CMC Festival 2018 apresenta em seu encerramento uma orquestra híbrida, que cria um elo entre a tradição afro-brasileira e a cultura experimental urbana sem precedentes. O encontro proporcionará a criação de um espaço de diálogo e improviso entre as duas culturas – nas palavras do próprio Desprez, “fazendo-as colidir e mostrando seu ponto comum tanto quanto suas diferenças [...] um diálogo rico, necessariamente intenso, caótico e poético, convidativo a um transe de maior densidade e loucura”.

Arto Lindsay (EUA) - Músico e produtor norte-americano radicado no Brasil lançou em 2017 seu 8º disco solo, foi um dos protagonistas da chamada NO WAVE dos anos 70 em NY e parceiro de Caetano Veloso, David Byrne, Marisa Monte, Laurie Anderson, Ryuichi Sakamoto, Carlinhos Brown, Arnaldo Antunes e muitos outros. (foto: Anitta Boa Vida)

Julien Desprez (FR) - é um músico e performer baseado em Paris. Jazz e rock foram seus primeiros amores musicais, mas evoluíram rapidamente para formas livres, onde corpo e espaço encontravam seus lugares através do som. À medida que sua prática progrediu, bem como sua concepção e abordagem de seu instrumento, a música e o espaço mudaram. Ele agora está considerando a guitarra mais como uma bateria, um órgão, um instrumento modificável que pode ser implantado à vontade. Através de uma mistura de ações sobre o instrumento e um jogo de pedais de efeito, inspirando-se na técnica do Tap Dance, abriu completamente as possibilidades, o som e o ambiente físico do instrumento. Isso resulta em uma prática em que o corpo é envolvido em sua plenitude. (foto: Alexia Allsaints)

Thiago Nassif (RJ) é engenheiro de som formado nos Estados Unidos e prepara seu 4º disco solo, o segundo com produção de Arto Lindsay, com quem tem somado inúmeras parcerias. Seu disco Três recém foi lançado em vinil e cd pelo selo inglês Foom Music. (foto divulgação)

Tambores do Mundo >> Grupo formado por alguns percussionistas e mestres do Ilê Aiyê. O tradicional bloco afro baiano fundado em 1974, se encontra com Julien Desprez, Thiago Nassif e Arto Lindsay, que produziu o disco comemorativo de seus 25 anos, em 1999, e o DVD Ilê Aiyê - Bonito de se ver na Concha Acústica em 2014.

Painel de Inventores – Biblioteca do Goethe Institut

Ao lado das apresentações artísticas, o Festival promove o “Painel de Inventores”, um bate-papo performado sobre arte, ciência e tecnologias ligadas às práticas artísticas contemporâneas. Os encontros acontecem dias 13 e 14, das 17h às 19h na Biblioteca do Goethe Institut e reunirão os artistas multimídias, inventores, programadores e pesquisadores Pedro Filho, Bruno Rohde, Glerm Soares e Victor Valentim, respectivamente, que compartilharão suas experiências e descobertas com o público. O acesso aos encontros é gratuito.
 
QUINTA - 13 DE DEZEMBRO / 17H / GRATUITO

Pedro Filho
– Músico, Professor, Artista Multimeios, o artista propõe uma conversa com o tema “Condução de vozes e a experimentação das potências: um experimento de metonímia musical” sobre as potências da arte contemporânea e, mais especificamente, de uma possível música contemporânea aberta e expandida, para refletirmos sobre o que podemos fazer e conquistar com nossas vozes. A fala será acompanhada de propostas de experimentos vocais simples, para auxiliar na sensação da metonímia entre a "condução das vozes" e o glissando conceitual que desliza do estético ao ético ao poético e ao político.

Bruno Rohde - Músico, artista visual e programador, Bruno Rohde flutua entre a música eletrônica, arte sonora e performance audiovisual (live visuals, live cine). Pesquisa e desenvolve softwares e interfaces físicas com tecnologias livres para composição e interatividade em performances e instalações (códigos disponíveis em github.com/brunorohde). Neste encontro o artista fala sobre o ESMERIL (2018), uma plataforma para criação, performance e distribuição musical.
 
SEXTA - 14 DE DEZEMBRO / 17H / GRATUITO

Glerm Soares – Programador, Músico, Gambiólogo, o artista abordará o tema “Telégrafo AncestroFuturista - Arqueologia das mídias para performances musicais de Live Coding como estratégia para didática de métodos computacionais e eletrônicos para as artes”. Esta pesquisa-totem-ritual toma como ponto de partida a organização de uma cadeia de ferramentas ("toolchain") para construção de software ("aplicativo") e hardware ("computação física") de um dispositivo interativo para performances e composições musicais baseado no gestual do Telégrafo e o uso rítmico do código morse - criando um experimento conceitual de Arqueologia da Mídia que instiga narrativas críticas da tecnologia. (foto divulgação)

Victor Valentim – “Cimáticas: Geometrias da Natureza - Diálogos entre o sonoro e o visual” é o trabalho apresentado por Victor. Cimática é o estudo das ondas. Está associado aos padrões físicos produzidos pela interação de ondas sonoras em um meio. Músico, Produtor Musical, Artista Multimídia, Pesquisador de música e novas tecnologias, professor assistente em design de interfaces no CECULT da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), graduado em composição musical e mestre em arte e tecnologia pela Universidade de Brasília (UnB). Atua no cenário da música e da arte tecnologia à 15 anos, com experiência em pesquisa e criação artística das relações entre o som e a imagem, com trabalhos apresentados no Brasil e diversos países.
 
 
CMC FESTIVAL 2018 – APOIOS
 
A participação do Arto Lindsay, Julien Desprez e Thiago Nassif no CMC contou com o apoio do DRAC Ile De France, Collectif Coax, SPEDIDAM, French Ministry of Culture;
A participação do Luca Forcucci no CMC contou com o apoio do Pro-Helvetia, Coincidência Pro-Helvetia e SUISA Foundation;
A participação do Samy Ben Redjeb no CMC contou com o apoio do Goethe-Institut Salvador-Bahia, por meio do Programa de Residência Artística Vila Sul;
A participação da Cara Stacey no CMC contou com o apoio do Programa de residência artística Sacatar, promovido pelo Instituto Sacatar; 

CMC FESTIVAL 2018 – PARCEIROS
 
Teatro Vila Velha
Goethe Institut Salvador– Bahia
Gana - Design 
CMC FESTIVAL 2018
 
 – SERVIÇO
 
CMC Festival 2018 – Ciclo de Música Contemporânea
Datas: 12, 13 e 14 de dezembro
Locais: Teatro Vila Velha (12/12) e Goethe Institut (13 e 14/12)
Ingressos: 30,00 (inteira) e 15,00 (meia entrada) - Link venda antecipada: Teatro Vila Velha - INGRESSO RÁPIDO / Goethe Institut - SYMPLA
Contato -
Festival CMC: ciclocmc@gmail.com / 71 99218-7284 / 99955-1977
Teatro Vila Velha: 71 3083-4600
Goethe Institut: 71 3338-4700
Mais infos: CMC Festival 2018 - Site

Detalhes

Corredor da Vitória

Av. Sete de Setembro, 1809
40080-002 Salvador (Bahia)