Ottmar Ette, Berlim
Foto: David von Becker
“O ponto crucial em Humboldt é, na verdade, que ele não via as
outras culturas como estranhas. Ele não as percebia como outras culturas, como alteridade. Ele compreendeu muito rápido que, para além da estranheza, da alteridade, do ser diferente, existe uma relação multifacetada entre o que se chama de cultura de origem e o que acontece em
outras culturas. No século 18, as pessoas europeias sentiam-se superiores em relação a todas as culturas fora da Europa. As culturas de fora da Europa eram as outras culturas: uma alteridade estabelecida. Esse não é de forma alguma o caso de Alexander von Humboldt. Em seus diários de viagem americanos, ele se desfez dos racismos iniciais herdados da Europa e os superou. Já durante a viagem se pode ver claramente que ele via outras culturas como culturas adicionais. Para ele, tratava-se de uma ampliação, de um relacionamento integrador com as culturas. E acho que os diversos discursos que estão ficando claros atualmente seriam centrais para seu sustento intelectual.”
Conexión Humboldt (espanhol)
Outubro de 2019