Slam Goethe-Institut apoia primeiro slam indígena do mundo

Realização do primeiro slam indígena do mundo conta com apoio do Goethe-Institut © FLUP

30/10: 18h
31/10: 20h

Online

Slam Coalkan faz parte da FLUP e conta com a coprodução artística do TIFA

A Festa Literária das Periferias (FLUP) completa 10 anos em 2021. Para celebrar, realiza um evento de 10 dias em homenagem à Palavra Falada, no qual o slam vai ter um destaque especial. Com realização de 30 de outubro a 8 de novembro, a festa traz, em duas rodadas, o Slam Coalkan: primeiro slam indígena do mundo. O Goethe-Institut é parceiro. O Toronto International Festival of Authors (TIFA), o maior festival literário do Canadá, é coprodutor artístico.

O Slam Coalkan acontece nos dias 30, das 16h às 18h, e 31 de outubro, das 20h às 22h. O embate será transmitido ao vivo pela página da FLUP no Facebook e no canal da FLUP no YouTube. Coalkan é uma profecia indígena que fala de um mundo novo a partir do encontro do Condor - ave símbolo do hemisfério sul - e da Águia - ave símbolo do hemisfério norte. 

O slam reunirá 16 poetas indígenas das Américas. A curadoria é da Renata Tupinambá, poeta e produtora indígena, e Jenifer Murrin, do Canadá. Renata Tupinambá criou a rádio on-line Yandê, a partir da qual emergiu uma geração de rappers indígenas que têm ressigfinicado o cenário artístico brasileiro com fusões musicais, poéticas e performáticas.

No palco, uma realidade de povos desconhecidos pelo Brasil, que vivem na encruzilhada da favela, periferia e aldeia e protagonizam uma virada pela retomada dos espaços saqueados no Brasil colônia. Pedem proteção às florestas, justiça pelo genocídio da população indígena urbana e das comunidades. Eles buscam na sua arte esperança para o futuro do mundo e no etnofuturismo de suas culturas e formas de reexistência. 

A primeira rodada, no dia 30 de outubro, conta com a participação de oito poetas do Brasil e de outros países da América do Sul. E a segunda, no dia 31 de outubro, conta com seis poetas do Canadá, um do México e um dos EUA. Os poemas serão apresentados em inglês, espanhol e português, com legendas e interpretação simultânea em LIBRAS. Em março de 2022, os textos serão publicados em uma antologia.

No Rio, serão definidos os vencedores de cada uma das Américas.

SLAM COALKAN BRASIL

RENATA TUPINAMBÁ
Seu nome indígena é Aratykyra. Jornalista, produtora, poeta, consultora, curadora, roteirista e artista visual, Renata Tupinambá é fundadora da produtora indígena Originárias Produções, além de colaboradora do Visibilidade Indígena. Há 15 anos, atua na difusão das culturas indígenas e etnocomunicação, fazendo parte do Conselho Curador da TV Cultura - Fundação Padre Anchieta desde de 2020. É membro do Amotara Zabelê na Bahia, criadora do podcast Originárias, primeiro no Brasil de entrevistas com artistas e músicos indígenas, que integra a central de Podcasts femininos PodSim. Foi cofundadora da Rádio Yandê, primeira web rádio indígena brasileira. Também foi curadora do Festival Corpos da Terra - imagens dos povos indígenas no cinema brasileiro (2021), da segunda mostra de Etnomídia indígena (2021), e do Festival de Música indígena, no Indígenas BR 2021, do CCVM.

SLAM MASTER COALKAN
KATÚ MIRIM 

É uma rapper, cantora, compositora, atriz e ativista da causa indígena e LGBTQPIA+. Nativa vinda do asfalto, ela faz recorte entre o futurismo e o ancestral.

DJ SLAM COALKAN
BRYAN RODRIGUEZ

É rapper, DJ, agente cultural e do povo Aymará da Bolívia. É fundador da Batalla Callejera, uma batalha de rimas improvisadas em espanhol, em São Paulo. Reside em São Paulo há mais de 20 anos. Iniciou-se na cultura hip hop em 2012 e, dois anos depois, começou no rap com seu primeiro EP, “Dialetos”, junto ao grupo PTZ.

ABIGAIL LLANQUE
Nasceu na cidade de La Paz-El Alto (BOLÍVIA). Chegou como imigrante em São Paulo, no ano de 2008. Começou trabalhando na costura até criar seu próprio negócio. Autônoma, ativista urbana, rapper e mãe.

AMARÚ PATAXÓ MC
Maraíza Santos Pinheiro, mais conhecida por seu nome Amarú Pataxó, nasceu no ano de 2000 em Prado, no extremo sul da Bahia. Sua família paterna migrou da aldeia-mãe dos Pataxó em Barra Velha. É uma b girl, flautista, poeta LGBTQPIA+, conhecida por participar de Batalhas de Mc’s. Começou a atuação aos 16 anos, após a reintegração de posse da Aldeia Pataxó Cayh/Pequi. 

AURITHA TABAJARA
É uma escritora brasileira, poeta e contadora de histórias, conhecida por ser a primeira cordelista indígena do Brasil. O seu livro Magistério Indígena em Verso e Poesia foi considerado como de leitura obrigatória nas escolas públicas do Estado do Ceará.

BRISA FLOW
Brisa de la Cordillera, mais conhecida como Brisa Flow, é artiste transdisciplinar mapurbe, atua como cantore, produtore musical, performer e pesquisadore poeta.

EDIVAN FULNI-Ô
É indígena nordestino do Povo Fulni-ô de Pernambuco e cresceu no povo Pataxó Hã hã hãe no sul da Bahia. Já em sua idade adulta começou a escrever para expor seus pensamentos sobre o universo indígena na política, cultura e diáspora. Cantor e compositor, transforma suas letras em música desde 2016, quando entrou na universidade e conheceu outros indígenas. Com a crescente retomada dos povos indígenas na arte, o poeta, cantor, compositor e artista Edivan Fulni-ô vem fazendo parte desta demarcação artística.

IAN WAPICHANA
É poeta, slammer, rapper, cantor, produtor audiovisual e compositor. Nascido em Roraima, ele é do povo Wapichana. Faz parte da juventude indígena que passa os valores culturais da resistência, força e espiritualidade em suas expressões artísticas. A ancestralidade é o guia de suas mensagens de paz, cura mas também da realidade de descaso aos povos indígenas de norte a sul do Brasil.

KANDU PURI
É rapper, poeta e indígena urbano do Rio de Janeiro, originário do povo Puri, presente nos quatro estados do Sudeste. Em combate, Kandu faz parte do grupo de revitalização da língua e cultura Puri: Txemím Puri - um grupo protagonizado apenas por indígenas Puri comprometidos com o povo, seu lugar na história e no presente, a verdade da língua e cultura.

OXÓSSI KARAJÁ
Filho do rio Araguaia e do encontro entre o povo Karajá e remanescentes quilombolas, é poeta e rapper. Reside em Brasília, onde atua como agente cultural e professor. Por meio da música, expressa sua revolta com a destruição das florestas e rios. Suas poesias são em português, yorubá e Iny Rybè (idioma do povo Karajá).

WESCRITOR
É escritor, ator, compositor e cantor. Indígena do Povo Tupinambá de Olivença, nascido e criado na Baixada Santista-SP, tem como objetivo levar consciência, amor, espiritualidade, força e igualdade para todos que se identificam com a sua expressão. É dono do selo artístico Palavrando e também integrante do grupo SOS.

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