palestra performada de Fanny Vignals
Uma coreógrafa francesa conta sua trajetória entre culturas, danças contemporâneas e tradições afro-brasileiras
"De onde vem meu corpo? Quais são as culturas que o constituem? Entre dois continentes, entre artes, entre espaços sagrados e seculares, entre danças que me habitam, que lugar é esse de onde falo, esse lugar de onde danço?“
Descendente de famílias de camponeses da Occitânia, região do sudoeste da França, Fanny Vignals é coreógrafa contemporânea e pesquisadora em danças afro-brasileiras. Mais de vinte anos depois de ter pisado pela primeira vez no Brasil, essa alteridade se tornou parte dela.
Enquanto mulher branca e bailarina de alto nível que passou por treinamentos e experiências de vida traumáticas, encontrou nesta cultura multifacetada, uma cultura adotiva, que hoje integra de forma central suas inquietações e buscas por reparação.
Sobre Fanny Vignals:
Coreógrafa contemporânea, bailarina, pedagoga e musicista francesa, Fanny Vignals desenvolve um trabalho de criação dialogando com a pesquisa que realiza sobre danças rituais e populares afro-brasileiras desde 2002. Formou-se no Besso Ballet de Toulouse, no Centre National de Danse Contemporaine em Angers, e no Brasil com Augusto Omolú, Rosangela Silvestre, Vera Passos, José Ricardo dos Santos, Dofono de Omolú e Dona Egbómi Cicí, entre outros. Bailarina-intérprete, assistente ou coreógrafa na Europa, nas Antilhas e na América do Sul, em 2009 fundou a companhia Ona Tourna. Criou o solo Atravessando…, o baile-espetáculo Cruzamentos, a palestra-espetáculo Itàn Jó, o duo Ntéfi co-criado com Ana Pi, e diversas performances. Suas criações questionam a separação entre tradição e contemporaneidade, a relação com a espiritualidade, a feminilidade e a noção de festa. A transmissão é um aspeto central da sua abordagem. Com o Diplôme d'État de professora de dança, dá aulas, oficinas e workshops, para não-bailarines, bailarines amadores e profissionais. É regularmente convidada a coreografar orquestras de percussão. De 2016 a 2018 foi coreógrafa da Académie de l'Opéra de Paris. Em 2018, premiada pela Fundação Royaumont, inicia sua pesquisa sobre as danças do orixá Exu, La Bouche du Monde, com apoio do Centre National de la Danse-Fr. Desde então, esta figura inspira cada ação e criação sua: Infinun·e, duo com o baterista Guilhem Flouzat, Histoire de Portes, criação com pacientes de um hospital psiquiátrico, Inã et la fête du feu, performance para 25 artistas e um babalorixá numa antiga estação elétrica, R·Encontros, « pontes » de dança entre jovens do Brasil e da França que integram profissionais da prevenção às violências, ou ainda Meu lugar, palestra performada sobre a sua trajetória.
MEU LUGAR
Palestra performada.
Uma coreógrafa francesa conta sua trajetória entre culturas, danças contemporâneas e tradições afro-brasileiras.
Direção artística, concepção, coreografias, adaptação de danças e músicas patrimoniais, textos e interpretação:
FANNY VIGNALS, Fr
Consultoria para questões contra e decoloniais e revisão de texto em português:
MARIA ACSELRAD, PE, Br
Olhares externos:
NEEMIAS SANTANA, Br,
RAÍSSA BIRIBA, BA, Br
Acompanhamento dramatúrgico:
MARIE DOIRET, Fr
Consultoria dramatúrgica e estratégica:
MAXIME FLEURIOT, Fr
Diretor técnico:
ELINHO ROSA, Br
Outros olhares e consultoria:
MESTRE NEGRIZU SANTOS,
AUGUSTO SILVA, BA,Br
FERNANDO FERRAZ, BA, Br,
PISADA, grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Dança e Antropologia, UFPE
Community Manager:
THIAGO COHEN
Consultoria de produção:
CATHERINE SCHLUP
Designer:
NAIARA REZENDE
**A performance inclui elementos das culturas populares e rituais afro-brasileiros, particularmente do candomblé.
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