Muro do Goethe-Institut Porto Alegre
Grafite, pintura, lambes, fotografias e gravuras são algumas das linguagens que já estiveram presentes de diferentes formas em trabalhos no muro do Goethe. Aqui, você conhece mais sobre o projeto atual no muro e acessa também a retrospectiva dos artistas e suas obras que já passaram pela fachada do Instituto.
Projeto Atual: Bonikta
Uma festa de aparelhagem, no comando de um grande búfalo eletrônico, onde o Dj lidera a pista em sua cabine, levando os corpos a se envolver, no estalo da batida do som de uma grande estrutura de caixas desenhadas com grafismos e cores, que formam um paredão sonoro visual no muro do Goethe-Institut (Caio Aguiar).
Leia o texto na íntegra: Sobre o artista:
Caio Aguiar vulgo Bonikta (1995), multiartista independente, natural cria de Ourém (PA). Cria e expressa a partir das suas invenções artísticas que chama de Boniktas, desenhando um universo encantado inspirado nos imaginários amazônicos, reflexos das suas vivências do cotidiano interiorano paraense.
Ateliê Vivências Urbanas (A.V.U.)
No encerramento do bicentenário da migração alemã no Brasil, em 2024, o Ateliê Vivências Urbanas e o Goethe-Institut Porto Alegre apresentam um mural de graffiti criado por Digo Almeida, acompanhado por intervenções poéticas de Berma MC. O projeto aborda a simbologia do espelho sob duas perspectivas filosóficas: afrocentrada e alemã, ambas associadas à autoanálise e à autorreflexão.
Na filosofia afrocentrada, representada pelo trabalho da pensadora Sobonfu Somé, o espelho é uma metáfora para a conexão do indivíduo com sua essência e comunidade. Sobonfu, em obras como "O Espírito da Intimidade", explora como o ato de reflexão pessoal é essencial para o equilíbrio entre os mundos material e espiritual, promovendo autoconhecimento e crescimento interior.
Por outro lado, na filosofia alemã, especialmente no idealismo de Hegel, o espelho simboliza a dialética da consciência, representando o processo de se compreender como indivíduo em relação ao outro e ao mundo. Ambas as abordagens, embora distintas, destacam o espelho como uma ferramenta para questionar e expandir percepções sobre identidade e alteridade.
Este mural é, portanto, uma expressão artística que incorpora essas visões, promovendo a reflexão sobre como nos enxergamos e como somos vistos, conectando indivíduos por meio da arte urbana e da poesia. Ao unir artistas e instituições de diferentes contextos, essa parceria entre A.V.U. e Goethe-Institut não apenas fortalece o intercâmbio cultural entre Brasil e Alemanha, Santa Cruz do Sul e Porto Alegre, como também promove uma reflexão crítica sobre identidade, alteridade e representação: uma ação que celebra a diversidade e reafirma a arte como meio de transformação social e de construção de pontes entre culturas.
Texto na íntegra e bio dos artistas:
Bruno Ortiz
Julho a dezembro 2024
“IMIGRANTES” A imigração foi um movimento fundamental para a constituição da pluralidade cultural existente no território que hoje chamamos de Brasil. Nesse movimento incessante, e por vezes compulsório, as motivações foram diversas: povos do tronco Tupi, originários do território de Pindorama, buscaram a Terra sem Males; europeus em busca de riqueza, um caminho para as índias ou para o Eldorado; enquanto nações e povos africanos como bantus, nagôs, jêjes, hauçás, malês eram sequestrados, escravizados e transladados. O Brasil surge como território de exploração de riquezas naturais e humanas e com ele também o brasileiro.No século XIX, fugindo das guerras de unificação nacionalistas, imigrantes alemães e italianos vieram para “construir” uma nação já edificada pela mão-de-obra negra, em épocas de pensamento eugenista. Superada a naturalização dessa ideia hierarquizante da humanidade, orientais nipônicos, árabes e, mais recentemente, haitianos, venezuelanos, senegaleses, entre tantos outros, trouxeram sua residência, resistência e coração para o Brasil. Enquanto as cores trazidas pelas múltiplas culturas enriqueciam a vida, o país transformava essa paleta infinita em uma obra inacabada, de composição desigual e harmonia questionável. Deliberadamente ignorando a pluralidade como riqueza, seguimos não nos reconhecendo como brasileiros.
Com as comemorações dos 200 anos da imigração alemã, pensar o tema de modo crítico e coletivo seria fundamental, especialmente para as comunidades que foram privilegiadas nesse processo. Afinal, Charruas, Kaingangs, Mbyá-Guaranis e Xoklengs já ocupavam o território. A obra “Imigrantes” pretende exaltar esse movimento incessante por meio da imigração do próprio artista: da prancheta para a parede, do quadro da sala de aula para o quadro urbano e do papel para o cimento. Um artista gráfico imigrado para o muralismo, aventurando pinceladas em território vertical. Mas fundamentalmente, um brasileiro que acredita na maior riqueza desse lugar.
Bruno Ortiz é licenciado em história, professor na área de ciência humanas, ilustrador, desenhista de histórias em quadrinhos, cartunista e pai de uma Maria. Trabalhando entre a sala de aula e a prancheta, participou de salões de desenho nacionais e internacionais, sendo premiado em alguns deles. Ilustrou e fez capas de livros, revistas, CDs, HQs, sempre buscando interfaces entre artes gráficas e educação, tendo parte importante de sua produção ligada a educação antirracista.
Marina Kerber
Dezembro 2023 - julho 2024
"MISCIGENAÇÃO: Peito aberto e exposto para que todo mundo veja do que se é feito uma pessoa. Por fora uma cor, uma forma, muitas interpretações. Por dentro o colorido das vísceras e medicamentos que sustentam o mar de incertezas e ambiguidades. Um exame de DNA detecta uma mistura histórica. São feridas transmitidas por gerações: miscigenação. Des-cendente, des-manchada, depres-siva. PDARA, PTREA, NGRAE e BANARC são anagramas das palavras parda, preta, negra e branca. Estes são termos utilizados pelo IBGE para classificar raça/cor da população brasileira. O Brasil sofreu um processo de embranquecimento forçado e depois incentivado, principalmente a partir das imigrações européias. Partindo disso, na obra duas figuras de uma mesma pessoa são colocadas lado a lado, uma dividida pela separação das cores de fundo preto e branco e outra totalmente no fundo preto, mas com diversas cores que vibram dentro de si. A tarja é preta. O fazer artístico é a resistência ancestral que não foi apagada."Marina Kerber é multiartista e Mestra em Meios e Processos Audiovisuais pela USP. Atua profissionalmente nas artes visuais, no audiovisual e no teatro. Em 2022 realizou a exposição individual “As cores que me identificam”, na Galeria Mario Quintana na Estação Mercado do Trensurb em uma parceria com o SESC/RS.
Em 2021 foi artista convidada da primeira edição de “Encontros Projetados”, evento de projeção de animações promovido pelo Goethe-Institut Porto Alegre. Marina também já participou de exposições coletivas como a 1ª e 2ª Bienal Black Art Brazil. A artista utiliza diferentes suportes e técnicas para retratar suas vivências conectadas com temas urgentes como identificação racial e saúde mental. É um trabalho que lança mão de hibridismos narrativos a fim de trazer diferentes reflexões sobre o ser individual e o ser coletivo. O resultado beira o absurdo e o surreal em meio ao turbilhão de sensações expostas.
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Intervenção artística de Marina Kerber no muro do Goethe-Institut
Pamela Zorn (RS)
Junho - novembro 2023
"Procurei, a partir da minha pintura, realizar não apenas uma homenagem, mas também uma reverência a duas mulheres que admiro e que circundam minha poética enquanto artista. São elas May Ayim (Alemanha, 1960-1996) e Audre Lorde (Estados Unidos, 1934-1992), ambas escritoras e ativistas ligadas ao movimento AfroDeutsch, de mulheres negras na Alemanha.O movimento denuncia, entre várias questões, a violência racial ligada às políticas de espaço no território alemão, e no sentimento de “estrangeirismo” causado e direcionado à sua população negra. Esse tipo de violência opera com muita força no Sul do Brasil, uma região historicamente conhecida pela colonização de imigrantes italianos e alemães no século XIX, e também pela negação sistematizada de seus cidadãos negros até os dias atuais.
A pintura busca, dessa forma, somar as nossas vozes às dessas autoras, a partir de suas palavras e poesias pintadas e sobrepostas aos seus retratos em grandes dimensões, reconhecendo e marcando que corpos, mentes e produções negras existem e constroem, também, esse território." (texto da artista)
Pamela Zorn(@pamelazorn_art) é artista visual e arte educadora, vive e trabalha em Porto Alegre/RS. Mestranda em Poéticas Visuais e Bacharela em Artes Visuais pela UFRGS. Em 2022 foi vencedora do 5º Prêmio de Aliança Francesa de Arte Contemporânea, e conquistou o Destaque Artista no XV Prêmio Açorianos de Artes Plásticas de Porto Alegre. Em sua produção artística, dedica-se principalmente à linguagem da pintura, onde explora questões de autorrepresentação, identidades raciais, memória e impermanência.

Grazi Fonseca
novembro 2022 - maio 2023
Em novembro de 2022, o Goethe-Institut Porto Alegre apresentou a última intervenção em seu muro no ano de 2022: o trabalho teve autoria da quadrinista Grazi Fonseca e transformou o espaço de 11 metros em uma tira de grande proporção. Com o apoio do ICBA, a ideia foi pensanr o formato de uma narrativa em quadrinhos de forma expandida. “Recomposição” tratou do tema da democracia de forma geométrica e abstrata. Para se inspirar, a artista partiu do conceito de que uma sociedade democrática é composta por um núcleo definidor, e diversas camadas que interagem entre si, formando estruturas. Elas, por sua vez, também se relacionam com outros elementos que fazem parte de um sistema maior e dependem de uma organização para o seu funcionamento.Grazi Fonseca é quadrinista e explora narrativas experimentais e autobiográficas. É autora de publicações como “hay v.2” (2022), que reúne as tiras veiculadas mensalmente entre 2020 e 2022 na revista digital Parêntese, do grupo Matinal Jornalismo, e “Partir” (2018, coleção Des.Gráfica Mis-SP), finalista do Prêmio Dente de Ouro 2019. Em 2021, foi uma das artistas convidadas da Bienal de Quadrinhos de Curitiba e integrou a residência artística “Notas & Traços”.
Grazi Fonseca é quadrinista e explora narrativas experimentais e autobiográficas. É autora de publicações como “hay v.2” (2022), que reúne as tiras veiculadas mensalmente entre 2020 e 2022 na revista digital Parêntese, do grupo Matinal Jornalismo, e “Partir” (2018, coleção Des.Gráfica Mis-SP), finalista do Prêmio Dente de Ouro 2019. Em 2021, foi uma das artistas convidadas da Bienal de Quadrinhos de Curitiba e integrou a residência artística “Notas & Traços”.
Carla Barth (RS)
agosto - setembro 2022
A mais nova intervenção artística no muro externo do prédio traz o trabalho da artista Carla Barth.Para abordar o tema “Democracia”, estabelecido pelo Instituto para os projetos no muro em 2022, Barth inspirou-se inicialmente no livro "A Revolução dos Bichos", de George Orwell, e deu sequência a seu estilo de desenho com destaque para as composições gráficas e figurativas. “Representei a sociedade através dos animais ocupando espaços de expressão, de liberdade e de opinião repleto de diversidade, demonstrando o que ocorre em nossa sociedade, porém inseridos em um universo de fantasia”, explica a artista.

Diogenes Machado (RS)
Março a Julho 2022
Com o trabalho “Antagônicos”, Diogenes Machado dá início ao 5º ano da série de intervenções promovidas pelo Instituto no local. Este ano, Democracia é o tema que guiará as propostas culturais desenvolvidas especialmente para o espaço. O mural criado por Diogenes Machado e executado com apoio de Luis Flávio Trampo apresenta duas figuras-chave e um elemento central que conecta o muro através dos grafismos característicos de Diogenes. Para dialogar com o tema Democracia, o artista tangencia o tema dos refugiados através da figura da morte fatigada e de um(a) refugiado(a).A crise migratória se tornou uma crise humanitária e, em tempos de guerra, é ainda mais latente como ponto de debate e de ação. O tema denso e complexo pode se referir tanto a questões contemporâneas quanto suscitar reflexões e autocrítica sobre situações passadas. As figuras são ligadas pelos grafismos geométricos e remetem a algo que se transforma e se conecta. O diálogo com a Democracia é, assim, instigante e subliminar. “Antagônicos” propõe imagens que não são óbvias e convidam o público para um mergulho nessa provocação, podendo diferentes reações e interpretações emergirem desse exercício.
Denilson Baniwa (AM)
dezembro 2021 - março 2022
Muyeréusáwa Rúka foi o trabalho criado por Denilson Baniwa especialmente para o muro do Goethe-Institut e ilustra, em mais de 11 metros de superfície, os petróglifos - gravuras rupestres que narram fatos e mitos do povo indígena Baniwa - e as Casas de Transformação, locais sagrados de onde surgem os conhecimentos ancestrais. Pintado com cores fluorescentes sob base escura, o muro tem iluminação noturna com luz ultravioleta (luz negra), criando um efeito visual que remete ao encantamento dos seres da floresta. O mural no Goethe é uma das partes de “INÍPO – Caminho de Transformação”, a exposição-percurso do artista em Porto Alegre que se espalha também por espaços do MARGS e da Casa de Cultura Mário Quintana. ÍNIPO é uma correalização do Instituto e do Festival Kino Beat. Tuane Eggers e Dani Eizirik (RS)
agosto - novembro 2021
Em “redes subterrâneas” Dani Eizirik e Tuane Eggers exploraram a relação do muro com as árvores e subsolo do jardim do Goethe-Institut Porto Alegre, gerando um diálogo entre a arte e a natureza que existe na volta - assim como com o que está dentro e fora dos nossos corpos. “Ao retratar as redes subterrâneas da micorriza e a cooperação que pode existir entre o micélio dos fungos e as raízes das árvores, pensamos sobre a confusão dos contornos, sobre as redes que nos atravessam e que nos envolvem com as diversas formas de vida no planeta”, descrevem os artistas. O mural de Tuane Eggers e Dani Eizirk é um convite imaginativo para os passantes e traz para o espaço público a reflexão sobre as teias objetivas ou subjetivas que constituem a vida e as relações.Wagner Mello (RS)
abril - agosto 2021
Com o trabalho de Wagner Mello, o Goethe-Institut Porto Alegre inaugurou em abril de 2021 a primeira intervenção artística no muro da fachada do prédio no ano. Intitulada “A cura é a revolução em si”, a obra propôs o entendimento de unificação das essências que existem nos elementos da natureza, em cada ser, na coletividade, no diálogo com e entre os corpos. “É uma celebração da existência do todo, como pode e deveria ser”, pontuou o artista. A ideia do projeto veio através do tema dado ao artista pelo Instituto: meio ambiente é o ponto de partida para as intervenções no muro em 2021. O mural foi pintado com tinta acrílica em tons preto e branco.CAMILA MORITUGUI (SP)
dezembro 2020 – Abril 2021
O mural da artista Camila Moritugui teve como ponto de partida os 250 anos de Ludwig van Beethoven e apresentou um projeto gráfico contemporâneo sobre o tema. Para o trabalho, Moritugui teve como referências partituras musicais de Beethoven, cores primárias e formas geométricas básicas que remetem à história do design e também dialogaram com o legado iniciado pela escola Bauhaus. O projeto foi feito inteiramente com spray e foi acompanhado também por uma iniciativa musical, como convite ao violonista Eduardo Guterres para tocar um arranjo do compositor alemão enquanto a artista produzia o trabalho gráfico.Beethoven 250 anos: muro e música

FELIPE REIS (RS)
Setembro – Dezembro 2020
O projeto de Felipe Reis foi realizado a partir da ideia inicial de mesclar graficamente linguagens analógicas e digitais, já que este foi o primeiro mural realizado em meio à pandemia. Reis foi convidado a criar uma arte que retratasse o trabalho do Instituto em diferentes áreas culturais, como cinema, literatura, teatro, etc. Sobre a arte elaborada pelo artista, foram colados QR Codes que conectavam os passantes aos projetos digitais que o Instituto começou a realizar em função da pandemia. A proposta conectava então a experiência e trajetória cultural do Instituto com a situação atual da vida online. O trabalho foi feito com spray e tinta acrílica.
MITTI MENDONÇA (RS)
Março – Agosto 2020
A proposta de Mitti Mendonça teve como protagonistas as mulheres negras e trouxe à tona uma pesquisa sobre memória, afeto, ancestralidade e territórios negros. Com a frase “Quem disse que não somos bem-vindas aqui?” o projeto provocava reflexões sobre presenças/ausências dentro de alguns pontos geográficos da cidade. A arte digital elaborada pela artista foi impressa em grande formato e colada como lambe-lambe no muro. Sobre a colagem, a artista inseriu flores bordadas, que ligavam o trabalho à técnica do bordado, fortemente presente na trajetória da artista.
MURO DE BERLIM
Novembro 2019 – Março 2020
A fim de marcar os 30 anos de um dos acontecimentos históricos mais importantes do séculos 20 – a queda do muro de Berlim no dia 9 de novembro de 1989 – o Goethe-Institut produziu esse muro temático especial para a data. Três fotografias representativas foram selecionadas e impressas em grande formato e coladas como lambes na fachada, formando assim um diálogo entre os próprios muros - o do Instituto, e o de Berlim. A produção gráfica foi realizado por Márcio Quadros, da Lambe Lambe Comunicação, parceiro do Instituto nos diversos projetos da fachada que envolveram impressões de grande formato e colagem de lambes.
ARTUR SOARES (BA)
Agosto – Outubro 2019
A intervenção do artista Artur Soares, de Salvador, trouxe um trabalho potente e gráfico para a fachada do Instituto. A partir do seu estudo em gravura que versava sobre a face humana, o artista levou para o muro do Instituto figuras que representam a história da resistência política de protagonistas negras da história do Brasil: Luísa Mahin, Erica Malunguinho e Marielle Franco. Soares realizou as gravuras em linóleo. Estas, por sua, vez, foram digitalizadas, impressas em grande formato e coladas como lambes na fachada.
KLAUS STAECK (ALEMANHA), ALINE DAKA (RS) E RAFAEL CORREA (RS)
Maio – Agosto 2019
Intitulado “Cuidado, Arte!”, o projeto contou com trabalhos do artista alemão Klaus Staeck em diálogo com obras do cartunista Rafael Corrêa e da ilustradora Aline Daka, ambos brasileiros. A organização dos trabalhos artísticos foi feita em parceria com a Galeria Hipotética, iniciativa independente de projetos de desenho, ilustração, fotografia e histórias em quadrinhos. O muro fez parte da iniciativa “O que pode a arte?” (Was darf Kunst?), que discutiu, em diferentes cidades, o papel e a liberdade da arte na atualidade. As ilustrações, cartazes e charges foram colados como lambes no muro e se dirigiam aos mais diversos temas: machismo, homofobia, racismo, acessibilidade, entre outros.
Xadalu (RS)
Setembro 2018 – Abril 2019
Primeiro projeto com lambes no muro, a proposta do artista Xadalu foi a de trazer para o muro do Goethe, em tons fosforescentes, as figuras que permeiam seu trabalho e dedicam-se à representatividade e visibilidade da cultura Guarani Mbya: o macaco (Ka´i), a onça (Jaguaretê), a coruja (Orukure´a), e o Quero Quero (Quero Quero). O muro foi produzido como parte do projeto internacional “O Poder da Multiplicação”, que discutiu questões ligadas à reprodutibilidade da arte e colocou em diálogo 14 artistas alemães e brasileiros.Projeto O Poder da Multiplicação

Andorra
Agosto 2018
Inspirado pela repercussão sobre o projeto de intervenção no muro, a proposta “Andorra” foi baseada no texto da peça homônima de Max Frisch, que traz críticas facilmente associadas ao contexto político-social brasileiro. Além da intervenção em fundo branco com letras gigantes que formavam o título da obra, o projeto contou com uma performance baseada no texto, com direção de Nina DeLudemann e encenação de alunos do Departamento de Artes Dramáticas (DAD) da UFRGS em frente ao muro.Andorra (Performance no Goethe-Institut)

Amaro Abreu (RS) e Rafael Pixobomb (SP)
Maio – Julho 2018
Primeira intervenção artística no muro do Instituto, o projeto contou com trabalhos de Rafael Pixobomb e Amaro Abreu, que se originam no pixo de São Paulo e no grafite de Porto Alegre, respectivamente. A intervenção era um complemento à exposição “Pixo/Grafite: Realidades Paralelas”, exposta na galeria do Instituo no mesmo período. No muro, foram representadas figuras que simbolizavam as reflexões dos artistas: seres de outros universos, periferias, desigualdades, apropriações e subversões de sentidos.