Alumni da Vila Sul

Brasil/Alemanha

Ana Paula dos Santos é uma artista nascida em Santos, Brasil. Ela vive em Frankfurt am Main e estuda Belas Artes na Städelschule, na turma de Willem de Rooij. Ana Paula estudou antropologia cultural e geografia humana na Universidade Goethe, em Frankfurt am Main, e, por meio de sua prática artística e pesquisa, envolve-se em debates críticos, decoloniais, pós-coloniais e de identidade. Dos Santos trabalha com fotografia, instalação e vídeos. Metáforas e símbolos estão muito presentes em sua obra.

Seu último trabalho institucional foi uma intervenção fotográfica na coleção permanente do museu histórico em Frankfurt am Main, onde apontou elementos e imagens racistas na coleção do museu. O nome desse projeto é “Change of View – Tracing Racism” (2022). Dos Santos co-curou essa intervenção com um grupo de artistas BIPoC baseados na Alemanha. Algumas de suas obras fotográficas passaram a fazer parte da coleção do museu histórico em Frankfurt am Main posteriormente. No mesmo ano, ela esteve com a Städellschule e o professor Willem de Rooij no Gana para trocar experiências artísticas com o coletivo de arte blaxTARLINES no departamento de Pintura e Escultura da Knust, em Kumasi. Ela foi indicada em 2022 para o Prêmio Wi Di Mimba da Savvy Comtemporary e da AKB Stftitung para artistas de cor na Alemanha, e é membro do coletivo de artistas e arquitetos Commune 6x3. A próxima exposição de Ana Paula dos Santos será uma mostra coletiva em maio de 2024, intitulada “City of Women Photographers: Frankfurt 1844-2024”, no museu histórico em Frankfurt am Main.

Canadá

Foi através de viagens que Gabrielle Lebeau reconectou-se com sua paixão de infância: a escrita. Ela estudou na London School of Journalism (Reino Unido) e em Escrita Criativa na Université de Montréal. Desde 2015, publicou muitos contos e três livros. Em outubro de 2017, lançou sua primeira obra jornalística, "Biographie, Claude Dubois". Em janeiro de 2018, concluiu o manuscrito de seu primeiro romance "Partie", que foi publicado em outubro de 2018. Em março de 2018, após uma viagem de três meses ao Brasil, começou a trabalhar em um novo romance e um ensaio. Este ensaio, "Nos ancêtres, les premiers hippies", foi premiado pela Union des écrivains du Québec (UNEQ) e foi publicado em setembro de 2023. Gabrielle Lebeau está atualmente finalizando seu romance "12 femmes", que recebeu uma bolsa do Conseil des arts du Québec.

Alemanha

Stephan Lanz, Prof. Dr., é um pesquisador urbano na Europa-Universität Viadrina em Frankfurt (Oder) e no Centro de Assuntos Urbanos metroZones (www.metrozones.info) em Berlim. Ele realiza pesquisas nas interseções de estudos urbanos nas áreas de ciências culturais e sociais e publicou inúmeros artigos acadêmicos e livros (mais recentemente em 2021: Governando a Favela... no Rio de Janeiro). Lanz co-curou projetos de pesquisa e culturais internacionais, incluindo 'Ersatzstadt' (Volksbühne Berlin, 2002-2006) e 'Global Prayers - Redenção e Libertação na Cidade' (Haus der Kulturen der Welt, metroZones, em colaboração com diversos Goethe-Instituts, 2007-2014).

Empiricamente, sua pesquisa urbana concentra-se em imigração e racismo, cultura popular e lutas sociais (por exemplo, na favela brasileira). Ele escreveu contribuições teóricas sobre governamentalidade urbana, teoria urbana pós-colonial e do Sul global, e religião urbana.

Alemanha

Cate Lartey é uma artista e curadora baseada em Düsseldorf, Alemanha. Ela estudou design de retail design e comunicação na Peter Behrens Kunstschule em Düsseldorf. Além disso, está concluindo um mestrado em Estudos de Arte e Mídia na Kunsthochschule für Medien em Colônia. Sua prática artística e curatorial é dedicada à cultura visual e material, com foco especial na África, sua diáspora e além. Esses temas são trabalhados por meio da fotografia, publicações e arte midiática. Um diálogo estético e intelectual está no cerne de seu trabalho.

Cate Lartey colaborou com Kunstsammlung NRW, Kunstverein Köln, Dortmunder U e Fachhochschule Düsseldorf e Dortmund. Em 2020, ela expôs seu trabalho fotográfico "Clothes of dead white people" em "Fluctoplasma" em Hamburgo. Como curadora freelancer no Dortmunder U, ela organizou o programa complementar para a exposição EFIE. O Museu como Lar. Arte de Gana. Em 2023, co-curou a exposição "Point of" como parte do festival de fotografia f2 no Kulturdepot Dortmund.

"A residência em Salvador, Bahia me anima de várias maneiras, não apenas porque será uma experiência única e enriquecedora, mas também porque abrirá novas formas para que eu me conecte e me relacione com a riqueza e a vastidão da hibridização afro-brasileira, especialmente em Salvador da Bahia."

África do Sul

HHuda Tayob é uma arquiteta sul-africana, teórica e historiadora da arquitetura. Sua pesquisa concentra-se em arquiteturas minoritárias, migrantes e subalternas. Ela é co-curadora do currículo do curso de acesso livre Racespacearchitecture.org e curadora principal da plataforma digital Archive of Forgetfulness. Ela expôs na 18ª Exposição Internacional de Arquitetura em Veneza (2023), com um projeto intitulado Índice de Margens, que mapeia arquivos aquáticos, métodos e histórias de arquiteturas migrantes ao longo das margens da costa leste da África, de Cape Town, África do Sul, a Port Said, Egito. Atualmente, está trabalhando em um projeto de manuscrito intitulado 'Arquiteturas Opacas: Mercados Negros como Infraestruturas de Cuidado' - um projeto que destaca locais transnacionais estabelecidos por migrantes africanos como locais de possibilidade.

"Arquiteturas Opacas" é um projeto de pesquisa e escrita que reúne a vida cotidiana das arquiteturas e ambientes urbanos, com a literatura de estudos pós-coloniais, decoloniais e subalternos, além dos frameworks de estudos negros, para questionar como podemos reconsiderar locais e espaços habitados por populações africanas marginalizadas. Na Vila Sul, gostaria de ampliar e desenvolver o quadro teórico para o projeto de escrita “Arquiteturas Opacas”, envolvendo-me com uma variedade de acadêmicos do sul global para questionar como um 'urbanismo sustentável' pode se parecer ao dar destaque às populações marginalizadas e migrantes, em meio ao aumento do deslocamento forçado relacionado às crises climáticas e aos contínuos níveis elevados de violência urbana? Como podemos desenvolver práticas e teorias para entender processos urbanos negligenciados? Como os 'urbanismos negros' dialogam com as práticas mutáveis e fugidias de construir uma vida urbana, globalmente, dentro e além do sul?"

Bolsista do programa "Rethinking the South - Repensando Sul" oferecida por KfW Stiftung.

Brasil/Alemanha

Jota Ramos (1989, Brasil) é um multiartista transmasculino não - binárie que atualmente reside em Berlim (Alemanha). Partindo de experimentos artísticos autobiográficos, Ramos explora as práticas de performance, vídeo, instalação, fotografia e poesia. Criando subjetividades dissidentes periféricas que dialogam com referências simbólicas, etimológicas e identitárias negras e de gênero o artista busca trazer uma reflexão poética como espaço de cura pensando em como retratar a autenticidade do corpo pardo de uma forma genuína, como negro de pele clara. Sua pesquisa investiga ferramentas para construir uma representação antirracista e poderosa da sociabilidade e identidade de pessoas trans negras e sua jornada histórica.

"A residência Vila Sul tem uma importância imensa dentro da minha jornada de pesquisa. Como uma pessoa trans negra que também faz parte da comunidade ballroom, esta residência estabelece uma conexão entre o Brasil e Berlim. Como brasileiro vivendo na Alemanha, "Private Property" surge como uma série de performances que explora as dinâmicas intricadas de acessar corpos trans sem consentimento. Esta residência oferece uma lente única para examinar as complexidades do contexto brasileiro."

Alemanha

Paula Hildebrandt (*1976 em Berlim) é autora, cineasta e pesquisadora urbana que, em suas obras, combina escrita literária, fotografia, vídeo, ações performáticas e ensino experimental. Seus textos foram publicados em numerosas revistas de arte e cultura, coletâneas acadêmicas, antologias e online. Seu livro mais recente, "Welcome City" (adocs 2022), retrata Hamburgo como uma cidade acolhedora e foi considerado um dos "Schönsten Deutschen Bücher 2023" (Livros Alemães Mais Bonitos de 2023).

"Esu matou um pássaro ontem com a pedra que ele jogou hoje. Podemos realmente fazer isso - tornar o tempo nosso? O enigma do tempo. Como lidar com um passado assombrado enquanto agimos simultaneamente no presente, com suas estratificações, encruzilhadas e vestígios? Junto com artistas/pesquisadores baseados em Salvador, espero explorar formas de contar, mostrar e encenar histórias."

Deji Akinpelu destaca-se como um artesão dedicado no cenário do desenvolvimento sustentável, usando as artes como sua tela para retratar histórias vibrantes em toda a África. Sua paixão por narrativas desafiadoras africanas se expressa através do documentário cinematográfico e fotografia. Fotógrafo autodidata transformado em cineasta, aprimorou suas habilidades no SAE Institute em Dubai. Fundador da Iniciativa Rethinking Cities (RCI), plataforma colaborativa dinâmica que une profissionais nos campos de Artes, Mídia e Planejamento Urbano para abordar desafios urbanos na África. O hub "researchinlagos" e o podcast "Yanme" amplificam as vozes das comunidades. Seu trabalho como fotógrafo e documentarista é reconhecido internacionalmente e teve o privilégio de produzir e dirigir documentários para respeitadas agências internacionais de desenvolvimento. Organizações como Heinrich Boll Stifftung (HBS), a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e Anistia Internacional confiam em Akinpelu para lançar luz sobre questões críticas e iniciar conversas que transcendem fronteiras e culturas. Poder da narrativa visual na promoção da mudança social. A busca apaixonada de Akinpelu pela inovação urbana e inclusividade o posiciona como um pioneiro na narrativa visual e defesa social.
 

Jumoke Adeyanju é uma artista interdisciplinar, linguista e pesquisadora. É a fundadora do 'Poetry Meets' [est. 2014], co-curadora do Sensi.Dance e apresenta seu programa de rádio Sauti ya àkókò e o Breakfast Show no Refuge Worldwide. Sob seu pseudônimo mokeyanju, ela se apresenta como seletora de vinil e aspirante a artista sonora. Ela é uma dançarina apaixonada, poeta multilíngue e DJ de vários gêneros, de origem nigeriana, que vive entre Berlim e Nairóbi e é fortemente influenciada pelo hip-hop e house music, fújì, highlife, ndombolo e gêneros musicais percussivos. Seu grande interesse pela cultura da África Oriental e do Caribe levou-a a colecionar discos de Trinidad e Tobago, Tanzânia, Quênia, Congo e outros países, descobrindo calipso, Zanzibari taarab, benga, soukous e sons contemporâneos da África Oriental. Ela se apresentou como compositora, cantora, poeta e compositora em vários projetos e exposições musicais e de arte sonora. Como artista versátil, Jumoke Adeyanju explora temas como nostalgia da diáspora, memória, espaços liminares espirituais, cores sonoras e como diferentes elementos de formas de arte expressivas se entrelaçam e têm o potencial de (re)criar momentos de reavivamento de outros eus, ou melhor, de eus perdidos.
 

A prática artística de Nour Symon é baseada na interação entre três eixos principais em suas criações, nomeadamente música de concerto, artes visuais e poesia. Essa abordagem transdisciplinar é especialmente refletida em suas partituras de pinturas sonoras, gráficas, instrumentais ou performáticas, interpretadas aqui e ali por profissionais de música e artistas com uma jornada tão sinuosa quanto possível.

Sua primeira coleção de poesia, "son corps parlait pour ne pas mourir", assim como seu primeiro livro de pinturas sonoras, "voir dans le vent qui hurle les étoiles rire, et rire", foram publicados em 2016 pela Éditions de la Tournure. A coleção de poesia e pinturas sonoras "L'amour des oiseaux moches" (2020, finalista do Governor General's Literary Awards e Émilie-Nelligan Award) representou uma culminação importante em sua trajetória, tendo sido objeto de publicação pela editora Noroît (Omri) e uma produção significativa do Ensemble contemporain de Montréal (ECM+). Desde 2008, Nour tem sido diretore artístique e musical de numerosos projetos - pessoais ou em colaboração. Nour também é um aclamade pianista de improvisação livre que se apresentou em todo o mundo.
 

Patti Anahory é uma arquiteta que atua com projetos arquitetônicos, arte, educação e curadoria. Seu trabalho visa desafiar noções estabelecidas de lugar e pertencimento, explorando as interseções de identidade, memória, raça e gênero. Nascida no mar, a bordo de um navio a caminho de São Tomé e Príncipe, Anahory está comprometida com abordagens decoloniais, centralizando os mundos africanos a partir de uma perspectiva insular, compreendida como borda fugitiva e margem radical. 

Anahory co-fundou as plataformas  XU:collective e Storia na Lugar, com as quais desenvolve práticas experimentais artísticas de narrativa e contra-narrativa. Co-criou também o projeto her(e), otherwise que propõe pensar formas de representação e a representatividade de lugares, arquiteturas e arquitectas Africanas e da diáspora.  

Com XU:collective montou a exposição ‘cabo verde social (un)sustainability’, que foi apresentada na íntegra na cidade da Praia, em Cabo Verde e na sua versão digital foi ao COP16, no México em 2010. Em 2017 montou na antiga prisão do Tarrafal, Cabo Verde, as instalações Pedestais de [X]clusão e Volumetrias [Vazias] de Memórias. O seu trabalho Águ integra o projeto da Google Arts & Cultura e da Design Indaba. Com Storia na Lugar expos na XVII Bienal de Arquitetura de Veneza em 2021 a instalação Hacking (the resort: Water Territories and Imaginaries (Águas).

Finalmente, a arquiteta integra o Conselho de Assessores Acadêmicos do African Futures Institute, um centro independente de pós-graduação para pesquisa arquitetônica no Gana. Foi Professora Visitante na Columbia University (2022-23) e Diretora Fundadora do CIDLOT - Centro de Desenvolvimento Local e Ordenamento do Território da Universidade de Cabo Verde (2009-2012).
 

Clarissa Rebouças é mestra em teatro e cinema pela Université Laval/Canadá, pós-graduada em roteiro e graduada em Cinema e Vídeo. Dirigiu e escreveu diversos curtas metragens que participaram de festivais nacionais e internacionais. Entre eles estão os premiados "Desvelo" (2012) e Émergence (2018). Clarissa também colaborou para escrita das séries de TV brasileiras "Santo Forte" e "Meu irmão nerd".Atualmente dedica-se ao seu projeto de longa-metragem, intitulado Cine Ruby.

Bolsista de Conseil des Arts et des Lettres du Québec (CALQ) na residência Vila Sul

Quase-artista nascido e criado na periferia de São Paulo, no bairro de Parada de Taipas. Neto de Rosa e Esmeraldo, Diego Crux é da cor que remete à memória. Pesquisa chamados íntimos e pessoais, experiências coletivas, representação, design, amostras visuais, palavras.

Crux já participou de exposições em São Paulo, Curitiba, Accra (GH), Arles (FR) e Copenhagen (DK) e em residências, como Pivô (2020) com curadoria de Thiago de Paula Souza e MAM Rio (2021) com coordenação de Camilla Rocha Campos.

Bolsista do programa "Rethinking the South - Repensando Sul" da KfW Stiftung.

A artista venezuelana Gotopo, atualmente residente em Berlim, Alemanha, está chamando muita atenção com o lançamento de sua estreia, o EP "Sacúdete", que saiu em 16 de maio sob o prestigiado selo Waxploitation Records. Como uma cantora, compositora, produtora e performer versátil, Gotopo se inspira em suas raízes sul-americanas, combinando instrumentos folclóricos de corda com batidas de techno para explorar sua herança afroindígena.

Sua música tem o objetivo de confrontar o apagamento histórico do seu povo devido ao colonialismo, buscando respostas através do futurismo ancestral e entrelaçando as belas e dolorosas histórias de seus antepassados. Nascida em Caracas, Venezuela, Gotopo recebeu sua formação musical em Barquisimeto, conhecida por seu conservatório de música e pelo sistema de orquestra juvenil El Sistema, que também produziu Gustavo Dudamel. Recentemente mudando-se para Berlim, ela foi desde artista de rua até participação em eventos musicais de vanguarda no prestigiado Humboldt Forum. Gotopo busca misturar as fronteiras entre música clássica e música de clubes, cultura acadêmica e cultura pop, mesclando o tradicional com o contemporâneo.

Seu projeto musical começou com o single "Malembe", explorando suas raízes afroindígenas e espiritualidade. A música combina batidas eletrônicas com guitarras distorcidas e sintetizadores, usando um hino afrovenezuelano destinado a proporcionar despedidas espirituais aos parentes escravizados. O álbum futuro de Gotopo continua essa exploração, reinventando a música folclórica ao infundir-lhe à vibrante energia eletrônica da cena de clubes de Berlim.

O EP "Sacúdete" é uma colaboração com o produtor Don Elektron (Ulises Lozano), membro da banda de música eletrônica mexicana Kinky, que já trabalhou com diversos artistas. A conexão única de Gotopo entre sua formação clássica, conhecimento de instrumentos tradicionais como o Cuatro e a guitarra, e sua busca por memórias ancestrais através da música a tornam uma verdadeira inovadora.
Sua música tem sido bem recebida em Berlim, com apresentações em eventos como o Festival X Jazz e como atração de abertura para Bomba Estereo. A inovação, energia criativa e apoio a artistas mulheres de cor na cidade têm sido inspiradores para a jornada artística de Gotopo.

Enquanto ela se adapta à vida em Berlim, ela continua a aprender a língua alemã, como retratado no premiado mini-documentário "Gotopo: The Sound of My Destiny". Gotopo abraça a atmosfera áspera, mas sedutora, de Berlim e está determinada a expandir seus limites artísticos e explorar novos horizontes nesta cidade vibrante.

Bolsista de MusicBoardBerlin na residência Vila Sul

Odun Orimolade envolve a sua prática numa perspetiva experimental e multifacetada de abordagens, investigação e colaborações transdisciplinares. Mantém um contexto aberto para a sua prática pedagógica, artística e curatorial, atendendo a uma mistura de ideologias e visões do mundo cultivadas a partir de diferentes áreas de recursos. Isto leva-a a explorar as tendências comportamentais humanas, a orientação e a interação como mecanismos de navegação. Os interesses de investigação de Orimolade giram em torno de abordagens à prática, envolvimento criativo, navegação e influências que desafiam e informam a produção criativa para um impacto externo positivo. Explora possibilidades de desenvolvimento da prática profissional, meios de aprendizagem e pedagogias que proporcionam novos caminhos para uma exploração criativa flexível. A sua investigação também questiona questões e iniciativas que promovem ou limitam a prática. Interessa-se por práticas de investigação participativa, como intervenção artística numa série de espaços diferentes. Orimolade é apaixonada pela criação de vias de orientação e contribui para diferentes campos de atividade criativa, juntamente com projetos comunitários.


Bolsista do programa "Rethinking the South - Repensando Sul" da KfW Stiftung.
 

Mba Bikoro é uma artista visual que combina arqueologia, rádio sonora, escrita, têxteis, esculturas, performances ao vivo, filmes e arquivos para criar instalações imersivas. No seu trabalho ela analisa processos de poder e ficção científica em arquivos históricos, envolvendo-se criticamente com as lutas migratórias e a memória colonial e focando-se na biopolítica queer, indígena e feminista. Ela é professora de culturas visuais e filosofia no TransArt Institute e diretora artística da Lukulule e.V. em parceria com o MARKK Museum. É curadora do Nyabingi Lab com os projetos "Decolonise The Green; Nature, Nudism and Colonial Continuities" e "Free State of Barackia: 150 Years of Decolonial Urbanism, Solidarity & New Berlin Utopias" em colaboração com Z/KU e HAU Berlin. Ela é apresentadora do Berlinale Film Festival anual e co-beneficiária do projeto "Somatic Charting" do Institute for Endotic Research.
 

Caroline Guye nasceu e cresceu no Senegal em um ambiente artístico sob a influência de seu avô Paul Ahyi, o criador da bandeira togolesa. Ela concluiu os estudos superiores na França, nos Estados Unidos e na China, formando-se em astrofísica, física atmosférica e chinês. Atualmente, ela está fazendo um doutorado em arte e ciências na universidade de Lyon na França.

O trabalho de Caroline Guye no estúdio do artista chinês Qin Chong (亲冲) em 2016 despertou nela sua preferência pelo volume. Desde então, ela participou em mais de trinta exposições coletivas, exposições individuais e residências em quatro continentes. Na Bienal de Dakar de 2022, ela recebeu o prêmio de Melhor Artista da África Ocidental (Prêmio ECOWAS).

Bolsista do programa "Rethinking the South - Repensando Sul", apoiado pela KfW Stiftung.

Kalaf Epalanga (1978) é um escritor e músico, que nasceu em Benguela, Angola, e vive em Berlim. Como músico ele co-fundou a gravadora Enchufada e é membro do Buraka Som Sistema (em hiato desde 2016). Escreveu colunistas para o jornal português O Público, a revista GQ (Portugal) e a revista angolana independente online REDE Angola. Atualmente ele trabalha para a revista literária brasileira Quatro Cinco Um. Em Portugal e Angola, ele publicou duas coletâneas de crônicas literárias: "Estórias de Amor para Meninos de Cor" e "O Angolano que Comprou Lisboa (Pela Metade do Preço)".

Em 2021, foi curador do Festival do Livro Africano de Berlim com o título "Também os Brancos Sabem Dançar". O romance de estreia de Kalf Epalanga será traduzido para o inglês por Daniel Hahn e publicado pela Faber no verão de 2023.

Rafael Giles Martinez é um escritor que nasceu em 1985 no México. Ele se formou na Faculdade de Arquitetura, Design e Comunicação da Universidade La Salle/México em 2008. Depois disso, seguiu sua carreira trabalhando com comunicação, publicação e produção em diferentes escritórios editoriais. É pós-graduado em Avaliação de Programas pela Université du Québec na Ecole Nationale D'Administration Publique (ENAP) e, além do espanhol, fala inglês e francês. Rafael pode mostrar uma ampla gama de experiências profissionais, tendo trabalhado no fórum do festival de cinema Festival of Nouveau Cinema (FNC), para a organização internacional do mundo francófono, a Organisation Internationale de la Francophonie (OIF) e na universidade canadense Université du Québec à Montréal (UQAM). Além disso, ele acumulou experiências trabalhando nos Ateliês de Criação Literária Digital e no projeto A Publicação como Espaço de Exposição Artística no Centro de Cultura Digital (CCD)/México.

Além disso, Rafael participa de dois programas do conselho do governo canadense "Les Offices jeunesse internationaux du Québec" (LOJIQ), primeiro, o Programa de Desenvolvimento de Carreira e, segundo, o programa Engagement Citoyen.

Ele é residente VILA SUL com o apoio do Conseil des Arts et des Lettres du Québec (CALQ).

Lisa C Soto é uma artista visual sediada em Porto Rico e Gana. A imagem da cartografia real e imaginária é usada em seu trabalho para abordar interações locais e globais, flora tropical e conexões cósmicas. Suas instalações multimediais, de grande escala - incluindo, flora e materiais baseados na terra, instrumentos/jogos e materiais industriais, questionam hierarquias e binários, refletindo sobre padrões rizomáticos na natureza e desafiando abordagens "racionais" ocidentais ao conhecimento.

As exposições selecionadas incluem a exposição coletiva Negro/A/X na galeria Corredor Afro, 2020, Loiza, Porto Rico; a iniciativa da Fundação Getty PST LA/LA, Correntes Substanciais Relacionais: Contemporary Art of the Caribbean Archipelago, exposição coletiva itinerante de 2017 - 2019; "Convergence", uma colaboração de 2018 com Adjaye Associates criando sua primeira instalação permanente no domínio público em Newark, NJ. As palestras dos artistas incluem MIT, Fundação Ford, KNUST, Claremont Graduate University e Rutgers University. Soto é atualmente candidata a MFA na Universidade de Ciência e Tecnologia Kwame Nkrumah (KNUST).

Bolsista do programa "Rethinking the South - Repensando Sul" oferecida por KfW Stiftung.

Olivia Hyunsin Kim trabalha internacionalmente como coreógrafa e curadora. Ela ganhou o primeiro lugar do Prêmio Amadeu Antonio de Arte 2019 e completou seu mestrado em Coreografia e Performance no Instituto para ATW Gießen com distinção. Antes disso, ela também completou seu bacharelado em Estudos Alemães com foco em Política Internacional na Universidade Nacional de Seul com distinção e também estudou dança na Universidade do Hawai'i em Mānoa e na Universidade de Falmouth. Ela realizou fellowships em Impulstanz 2017, Goethe-Institut Montréal e Circuit-Est centre chorégraphique 2022, e na Academia Cultural Tarabya em Istambul de 2021 a 2023, entre outros. Na temporada 2022/23, ela é compositora em residência no Staatsoper Hannover, onde ela faz curadoria e criação de obras artísticas.

Seu trabalho foi exibido na Sophiensælen Berlin, Tanzhaus nrw Düsseldorf, Schwankhalle Bremen, Rote Fabrik Zurich, Art Sonje Center Seoul e Museo Universitario del Chopo Cidade do México, entre outros. Sob o nome ddanddarakim ela trabalha em constelações recorrentes com artistas de diferentes disciplinas em obras coreográficas com um foco queer-feminista e pós-colonial.

O coreógrafo, bailarino, curador e ativista Raphael Moussa Hillebrand nasceu em Hong Kong em 1982, está radicado na Alemanha e na África Ocidental, foi criado em Berlim e treinado através do Hip Hop. Em junho de 2014, ele concluiu seu mestrado em coreografia na Universidade das Artes - HZT Berlim. Com base neste contexto, ele retoma seu instinto para as questões sociopolíticas, bem como a tradução das facetas e identidades culturais e as transfere para suas obras coreográficas do Hip Hop Dance Theatre. Com a mesma paixão, ele tem trabalhado com crianças e jovens, assim como estudantes e professores em uma grande variedade de níveis desde 1998, capacitando através da dança.

Como gerador de ideias e membro fundador do primeiro Partido Hip-Hop: Die Urbane. Um Partido Hip-Hop, está comprometido com a descolonização, a capacitação e a diversidade cultural, entre outras coisas. Sua peça atual, produzida na Ballhaus Naunynstraße "Auf meinen Schultern" (Pt.: Sobre os meus ombros) estreou em setembro de 2019. Em 2020, ele foi homenageado pelo Prêmio Alemão de Dança por seu notável desenvolvimento artístico na dança.

Cineasta nômade, Émilie B. Guérette tem suas raízes no Quebec e seu coração no Brasil. Ela dirige documentários ligados à justiça social, direitos humanos e migrações. Seu percurso multidisciplinar, misturando antropologia, ciências políticas, poesia e música, se traduz numa abordagem engajada, sensível e sensorial, tomando sempre o partido dos marginalizados e dos esquecidos. O documentário é para ela a arte do encontro, servindo para construir pontes entre os seres humanos.

Bolsista de Conseil des Arts et des Lettres du Québec (CALQ) na residência Vila Sul

"ASIAN BERLIN PUSSY POWER" é o que a talentosa MC de Neukölln chama de sua atitude, que não só representa o poder do Rap, mas também faz dela a voz de muitas pessoas que se importam. A recém-chegada e autoconfiante artista está enriquecendo a cena do rap alemão com sua mistura única de de atitude e habilidades distintas, uma forte consciência política e humorística e, ao mesmo tempo, devastadoras Punchlines.

Bolsista do MusicBoardBerlin na residência Vila Sul

João dos Santos Martins (Santarém, Portugal, 1989) é artista. Estudou na Escola Superior de Dança (Lisboa), na P.A.R.T.S. (Bruxelas), no e.x.er.c.e, (Montpellier) e no Instituto para Estudos Aplicados ao Teatro (Giessen). O seu trabalho, geralmente desenvolvido em processos colaborativos, abrange várias formas que focam a dança, seja através da coreografia, da exposição ou da edição. Essas formas são atravessadas por questões que concernem genealogias da história da dança, processos de transmissão, a relação entre prática e discurso, e paradoxos sobre a atividade de dançar. Juntamente com Ana Bigotte Vieira, criou um dispositivo para o mapeamento coletivo da dança em Portugal — Para Uma Timeline a Haver. Dançou em trabalhos de Ana Rita Teodoro, Eszter Salamon, Moriah Evans, Xavier Le Roy, Jérôme Bel, Manuel Pelmuş, Rui Horta, entre outros. Fundou a Parasita em 2014, uma cooperativa de artistas de que faz parte.

Koffi Mensah, artista visual autodidata, nasceu em Lome, Togo, em 1982. Quando jovem, Koffi Mensah desenvolveu paixão pela arte visual em todas as suas dimensões. Assim, absorveu vários treinamentos e workshops de desenho. Com o entusiasmo de adquirir mais conhecimentos, ansioso por satisfazer a sua alma e realizar o seu sonho, o rapaz, então com 17 anos, iniciou uma longa jornada cheia de aventuras e deixou o seu país, o Togo, para se submeter a muitos workshops de formação em Acra, Abidjan, Niamey e Cotonou.

Depois destas experiências, Koffi Mensah finalmente decidiu se estabelecer em Ouagadougou, Burkina Faso, onde passa a expor mais o seu trabalho, demonstrando as suas habilidades técnicas na arte visual. O artista multidimensional nunca deixou de surpreender os seus admiradores com o seu trabalho.

Combinando estética e conforto através da escultura e pintura, o artista criativo acredita fortemente que todas as criaturas são o resultado de um símbolo de duas faces da mesma moeda.

Além das influências de seus mentores ou anciãos, como Ousman Sow, do Senegal, e El Anatui, do Gana, Koffi Mensah é inspirado por uma nova técnica relevante emprestada da natureza, criando as artes figurativas e os retratos. Ele afirma para o mundo que se liberta de todas as teorias dogmáticas. Ele sempre reflete a relação íntima de sua arte e vive de acordo com ela. Hoje, Koffi Mensah é uma pessoa espiritual e acredita que o instinto tem um impacto muito forte na sua produção. Realizou várias obras de arte institucionais, como o retrato do primeiro presidente de Burkina Faso, Maurice Yameogo, com quatro metros de altura.

Em 2018, o artista recebeu o prêmio Grand Prix du Dessin d'art em Burkina Faso.

Mario Pfeifer (*1981, Dresden, Alemanha) vive e trabalha em Berlim e Dresden. Em seu trabalho, ele explora estruturas e convenções de representação em vídeo, filme e novas mídias em lugares como Mumbai, Califórnia, o Deserto do Atacama, o bairro brasileiro em Lagos ou o Saara Ocidental. Ele concebe cada projeto a partir de uma situação cultural específica, explorando os antecedentes sociopolíticos e tecendo referências históricas, cinematográficas, tecnológicas e políticas de arte transculturais em um corpo de trabalho multicamadas que vai desde instalações de filme e vídeo até instalações de texto e fotografia.

Mario participou da 10ª Bienal de Berlim (2018), da 11ª Bienal do Mercosul (2017), da 3ª Bienal de Montevidéu (2016) e da 4ª Bienal de Marrakech (2012). Foram realizadas exposições de pesquisa na GfZK Galerie für Zeitgenössische Kunst Leipzig em 2016 e na Usina em Toronto em 2019. Numerosas exposições individuais no Museum Folkwang, Casa Edith Russ para arte midiática, Berlinische Galerie, Museo Nacional de Bellas Artes, Santiago do Chile, entre outros. Uma exposição individual em Kunsthalle Winterthur está prevista para 2023. Seus filmes têm sido exibidos em festivais de cinema ao redor do mundo. Várias monografias foram publicadas pela Sternberg Press e Mousse Publishing. Suas obras estão em coleções privadas e públicas na Europa e América do Norte, incluindo o Getty Center Los Angeles, MMK Museum für Moderne Kunst Frankfurt am Main, Bundeskunstsammlung Bonn, Staatliche Kunstsammlungen Dresden e Fotomuseum Winterthur.

Oliver Hardt é um diretor, autor e cineasta. Seus filmes documentários tratam regularmente da cultura e história negra, incluindo "A Alemanha Negra" (2006), "Os Estados Unidos do Hoodoo" (2011), "David Adjaye - Colaborações" (2015) e "O Museu Negro" (2018). Em 2021 ele fez a curadoria da série de filmes "Black is not a color" para o Kunsthalle Schirn em Frankfurt. Atualmente, ele está trabalhando no roteiro de seu primeiro longa-metragem.

Alexandra Rodríguez (Culturalex) é uma artista multimídia, curadora e educadora radicada em Montreal. Nascida na Venezuela, ela viveu no Brasil, Suíça, México e Canadá. Esta educação multicultural, combinada com seu amor pela natureza, folclore e cultura, frequentemente convergem para criações que são reconhecíveis por sua vibração, diversidade e dimensões multissensoriais.

Em 2015, Alexandra criou "Bio Electro Sounds", uma instalação musical interativa que ela apresentou ao redor do mundo. Ela também gosta de criar e curar experiências e eventos onde diferentes disciplinas de arte se encontram, como a exposição online "Curando" (2020) em parceria com o Goethe-Institut Salvador-Bahia, o "Festival de las Artes" em parceria com o Tuxtla Gutiérrez City Museum (2016), e "Alegría", um pop-up independente de comida e arte (Montreal, 2018). A artista também é ativa como DJ e educadora oferecendo workshops sobre práticas multidisciplinares criativas.

Alguns dos lugares em que ela apresentou seu trabalho incluem a Semana de Arte Gastronômica de Berlim, o Museu da Cidade de Tuxtla Gutiérrez e o Centro de Artista-Combustível Moderno em Kingston/ Canada.

Bolsista de Conseil des Arts et des Lettres du Québec (CALQ) na residência Vila Sul

Florencia Romano é professora na Fundación Universidad del Cine em Buenos Aires, lecionando como supervisora assistente nos departamentos de História do Cinema, Semiótica do Cinema e Estética do Cinema. Como cineasta, estreou seu primeiro longa-metragem, "La noche polar" em 2016 no Entrevues Belfort International Film Festival/ França . Ela também trabalha como crítica de cinema colaborando para diferentes publicações (La Vida Útil, Otra Parte Digital, TranceZonda). Atualmente, possui uma bolsa de doutorado da CONICET (Consejo National de Investigaciones Científicas y Técnicas), trabalhando em um projeto de pesquisa sobre o cinema contemporâneo argentino e brasileiro.

Jackie Thomae escreve roteiros, não-ficção e romances. Seu romance “Brüder” (Irmãos) foi pré-selecionado para o Prêmio Alemão do Livro de 2019. Jackie reside em Berlim.

Renata Martins (São Paulo, 1980) é educadora social, crítica de arte, tradutora e curadora freelancer radicada em Bonn, Alemanha, onde trabalha desde 2018 no Departamento para a América Latina da Deutsche Welle. Durante 10 anos, atuou em vários departamentos do Goethe-Institut de São Paulo, Buenos Aires e Montevideo (programação cultural, cooperação pedagógica, ensino de alemão e administração). Escreve para vários veículos de comunicação no Brasil, Alemanha e Argentina sobre artes visuais, cultura, sociedade e especialmente sobre artistas sul-americanas. Em 2021, curou e organizou para o Instituto Goethe de Salvador o catálogo virtual „Arte+ Panorama de Artistas Visuais Transvestigeneres no Brasil“.

Dio Coutt, natural de Alvorada/RS. Graduado em administração, gay, negro, produtor cultural periférico e artista performance. Ingressou em 2015 no coletivo de teatro Levanta Favela. Em 2017 integrou o coletivo de cinema Cipó, na produção de curtas. Março de 2020 retorna a cidade natal onde, de forma coletiva, integra e cria movimentos culturais como Parque da Solidariedade, O Beco das Artes, Horta Umbuntu, Artistas Aqui, em exposição no Museu Baldio. A última performance foi “O Sujeito da Incúria'' (2021), arrastando uma árvore de pinus do parque, até a exposição.

Franz Thomas é estudante de psicologia, facilitador de processos transformativos e um fã dos diversos tipos de esportes, principalmente do barco à vela. Franz possui experiências em programas socioculturais. Inquieto e apaixonado por trabalhar com desenvolvimento de pessoas. Com a proposta de fazer o resgate da ONG em que cresceu fundou a iniciativa Navegando nas Artes, que tem a intenção de fazer a integração das crianças/adolescentes com a natureza por meios de vivências náuticas, de modo a promover a preservação do meio ambiente e a ocupação de espaços públicos com atividades de lazer e com a arte do graffiti.
 

Vitória Leona (br. 1998) é uma fotógrafa nascida em Belém do Pará. Trabalha com retratos, onde celebra a diversidade do povo brasileiro e registra a expressão humana com muita transparência, usando cores vivas que remetem à Amazônia, e vaga entre o analógico e o digital para registrar as ruas e os corpos que passam por ela.
Leona teve sua primeira exibição internacional em Londres, em 2017. Após viver no sudeste, de 2018 a 2020, passou a focar em fotografia de moda e trabalhou com marcas como Nike, Converse e Adidas. Desde então, foi considerada pela Vogue Brasil e pela FFW como uma das principais fotógrafas da região Amazônica e parte da futura geração de fotógrafas mulheres pelo Malala Fund.

Caroline Ribeiro é mulher negra e vegana em transição. É estudante de Engenharia Sanitária e Ambiental na Universidade Federal da Bahia (UFBA), Jovem Embaixadora Ecowomen 2020, pesquisadora e professora voluntária de matemática e redação para estudantes de escola pública. Amante de desafios, natureza, educação, meditação e sustentabilidade. Seu projeto prevê a construção de uma ecofossa que vai fornecer redes sustentáveis com baixo custo de coleta e tratamento de esgoto em habitações desprovidas desta infraestrutura a partir da mobilização comunitária para construção de fossas individuais. Para tanto, serão utilizados como matérias-primas resíduos com potencial de reutilização e reciclagem que sejam capazes de garantir a eficiência do processo. Uma das formas mais sustentáveis e simples de garantir o esgotamento sanitário de forma individual é a Bacia de Evapotranspiração (BET) ou Fossa de Bananeira, que segundo definição de Vieira (2010) é um sistema de tratamento de água negra (proveniente da descarga de sanitários convencionais). Além de não gerar nenhum efluente, evitando a poluição do solo, das águas superficiais e lençol freático, os resíduos são transformados em nutrientes para plantas e a água residual é eliminada através da evaporação. No entanto, a Bacia apenas trata o esgoto proveniente do sanitário. Dessa forma a Ecofossa foi pensada como uma alternativa que une as melhores características da BET e a abrangência de um sistema convencional. Ou seja, além de coletar e prover uma destinação correta para todos os efluentes domésticos, a estrutura visa utilizar poucos recursos visto que todos os materiais que são usados na fossa bananeira serão substituídos por resíduos. É importante ressaltar que além de não gerar efluentes e poluição para água e solo, dispensa manutenções e limpezas.

Ivana Magalhães é artista plástica autodidata e desenvolve grafismos autorais inspirados nos grafismos indígenas e africanos, além de outras experimentações artísticas. É pedagoga, atuando como professora da rede municipal de Salvador. É também gestora de educação ambiental do Quintal Sensorial, sendo ainda idealizadora do projeto de arte-educação Potinhoterapia. Integra o núcleo pedagógico e artístico do Acervo da Laje e é colunista do Programa de TV “Periferia de Sucesso” com o quadro “Ervas medicinais, Saberes ancestrais”. Seu projeto parte de sua experiência com a natureza e com as plantas alimentícias, medicinais e protetivas encontradas em seu quintal, que, apesar de ser localizado em área urbana, guarda características ambientais que nos remetem a uma sensação de estar em uma “pequena floresta”, cercada de espécies nativas da mata atlântica e outras exóticas. Este ambiente será transformado em um quintal sensorial, para expandir vivências e onde a arte se soma ao processo de promoção de autocura e autoconhecimento.

Marília Reis é formada em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), especialista em Contabilidade Gerencial pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com foco em empreendedorismo e sustentabilidade. Foi representante estudantil e monitora do Programa Universidade Para Todos, que capacita estudantes carentes para o vestibular. Estuda finanças comportamentais com foco em educação financeira. Em 2020, venceu o Startup Weekend Woman, com o projeto “Zupbank”, que tem como objetivo transformar a vida de crianças e adolescentes através da educação financeira, proporcionando uma vida adulta mais saudável e próspera, com mais liberdade, autonomia e realização de sonhos. Este projeto se desdobra em sua proposta para a residência: com o “Zupbank - Projeto de Educação Financeira para Crianças e Adolescentes”, um aplicativo composto por uma trilha educativa baseada em três pilares: consumo, poupança e investimento. A trilha também é dividida em níveis que avançam conforme o aprendizado do usuário. Nos níveis mais avançados, por exemplo, é possível simular operações de investimento.

Tata Ribeiro é artista visual e pesquisadora da área de Tecnologias Educacionais. É formada em Comunicação Social pela Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação (ESAMC), mestre em Tecnologias Educacionais pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e doutoranda em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Cofundadora da Aimọ Tech, startup de tecnologia educacional que contribui na formação artística de estudantes da educação básica. Explora seus conhecimentos nas áreas de design, artes gráficas, graffiti e ilustrações que exploram vertentes criativas das artes visuais e das tecnologias. Foi uma das artistas convidadas nas celebrações dos 33 anos da UNEB, fazendo uma intervenção de graffiti no prédio de 12m de altura, junto com três outros artistas. Desde 2016, compõe a equipe do Festival Tô Ligado na Energia, fruto da parceria entre a Coelba e a Bahia FM, com ações em comunidades com a temática de eficiência energética. No projeto “Bugs Imaginários”, ela vai representar os insetos que fazem parte do ecossistema de restinga presente no município de Lauro de Freitas através de esculturas produzidas com sucata eletrônica.

Jade Maria Zimbra aqui está taróloga-feiticeira-poeta. A artista escava traços perdidos dentro e fora do tempo ocidental, investigando antídotos para os venenos coloniais espalhados através de mente-corpo-espríto. Atravessando as linguagens que permeiam e guiam sua espiritualidade, usa as mãos e as vozes para tecer anúncios que advém de investigações em terras secas e abissais, onde as oráculas são ferramentas mágicas de manifestação e cura.

Artista visual, mestre em arte/educação e doutoranda em Artes pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista UNESP onde faz parte da coordenação da Comissão de Direitos Humanos e do Núcleo de Pesquisadores Negros da Unesp, Nupe-IA.  Com pesquisa em arte/educação e rupturas dos paradigmas hegemônicos como foco na descolonização das práticas educativas. Nos últimos anos vem realizando exposições, cursos, oficinas, palestras, atividades de formação docente e consultorias em diversas instituições nacionais e internacionais entre elas Núcleo de Educação Étnico-racial da Secretaria Municipal da Educação de São Paulo, Sesc, Instituto Vera Cruz, Universidade Federal do Ceará,Museu Afro Brasil, MAM-SP,  Masp, CCSP, Google Brasil e Academia de Belas Artes de Viena na Áustria e Bouge B festival Antuérpia Bélgica. Atuou como professora convidada no programa de pós-graduação em História da Arte da Faculdade Belas Artes e atualmente está como professora substituta no Instituto de artes da Unesp.

Vem realizando trabalhos em vídeo, pintura, performance, fotografia e multimídia. Juliana tem investigado a cor Azul da flor Clitória Ternátea  como possibilidade da cor como experiência sensível no processo de expansão dos sentidos. Sua pesquisa se dá na intersecção entre arte, história e educação, com interesse pela maneira como artistas negrxs se engajaram em práticas para lidar com os limites da representação. Realizou a primeira individual em 2018, como artista/docente convidada na residência artística da Academia de Belas Artes de Viena. Sua primeira solo nacional foi pela Temporada de Projetos do Paço das Artes em 2019.   Foi premiada em terceiro lugar 16 Salão de Artes Visuais de Ubatuba. Esse ano foi selecionada na 12 Abre-Alas da A Gentil Carioca galeria (RJ). Ainda este ano participou da 12 edição da Bienal do Mercosul  está integrando o time da Trienal de Artes do Sesc Sorocaba (2020/2021).

Natural de Vitória (ES), é graduada em Artes Visuais - Licenciatura pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Utiliza diferentes técnicas e escalas para explorar sua constante busca por memórias individuais e coletivas, a fim de ressignificar narrativas hegemônicas. É também arte educadora, atuando em projetos que se alinhem às suas práticas artísticas.

A artista nasceu na cidade histórica de Sabará, em Minas Gerais, e iniciou sua formação artística em Belo Horizonte, no Centro de Formação Artística do Palácio das Artes (CEFAR) e no Grupo Jovem Compasso. Trabalhou em conjunto com muitos importantes coreógrafos brasileiros, dentre eles Morena Nascimento, Mário Nascimento, Patricia Avellar, Tindaro Silvano, Gal Martins, Firmino Pitanga, Mário Lopes e Luciane Ramos. Atualmente, desenvolve o seu trabalho artístico na cidade de São Paulo, com parcerias e projetos independentes. Seus últimos trabalhos foram desenvolvidos através de sua pesquisa corporal “Corpo Negro: Tensão e Urgência“, colaborando com o projeto “RÉS” da Corpórea Companhia de Corpos, premiado pelo edital “RUMOS’ e tendo como destaque o clipe da Elza Soares, “O que se cala“, o qual coreografou. No ano de 2019, participou da residência PlusAfroT na Villa Waldberta (Munique), iniciando e aprofundando duas pesquisas, uma performance em dança chamada “1300° - Qual é a saúde de um vulcão?“, com a abertura do processo na cidade de Munique, e a “Sauna Lésbica“, uma obra relacional instalativa que teve a sua primeira edição no segundo programa de residência artística do Festival Internacional Valongo (Santos/2019). A cerne da pesquisa da artista parte do aterramento desse corpo dissidente que vive em constante estado de alerta e tem uma urgência pelo movimento que circula em um mistério que vem de dentro e transborda para além dos discursos que o cristaliza.

Alexandra Rodríguez (Culturalex) é uma artista multimídia, curadora e educadora radicada em Montreal. Nascida na Venezuela, ela viveu no Brasil, Suíça, México e Canadá. Esta educação multicultural, combinada com seu amor pela natureza, folclore e cultura, frequentemente convergem para criações que são reconhecíveis por sua vibração, diversidade e dimensões multissensoriais.

Em 2015, Alexandra criou "Bio Electro Sounds", uma instalação musical interativa que ela apresentou ao redor do mundo. Ela também gosta de criar e curar experiências e eventos onde diferentes disciplinas de arte se encontram, como a exposição online "Curando" (2020) em parceria com o Goethe-Institut Salvador-Bahia, o "Festival de las Artes" em parceria com o Tuxtla Gutiérrez City Museum (2016), e "Alegría", um pop-up independente de comida e arte (Montreal, 2018). A artista também é ativa como DJ e educadora oferecendo workshops sobre práticas multidisciplinares criativas.

Alguns dos lugares em que ela apresentou seu trabalho incluem a Semana de Arte Gastronômica de Berlim, o Museu da Cidade de Tuxtla Gutiérrez e o Centro de Artista-Combustível Moderno em Kingston/ Canada.

Bolsista de Conseil des Arts et des Lettres du Québec (CALQ) na residência Vila Sul

Iris Helena é uma artista multidisciplinar licenciada em Artes Visuais pela Universidade Federal da Paraíba, mestre em Poéticas Contemporâneas e doutoranda em Deslocamentos e Espacialidades em Arte Contemporânea pela Universidade de Brasília. Nascida em João Pessoa (PB), em 1987, vive e trabalha em Brasília (DF).

Sua pesquisa se caracteriza pela investigação crítica, filosófica, estética e poética da paisagem urbana a partir de uma abordagem dialógica entre a imagem da cidade e as superfícies/suportes escolhidos para materializá-la. Os suportes precários e ordinários são muitas vezes retirados de seu consumo cotidiano e possibilitam a (re)construção da memória atrelada ao risco, à instabilidade e, sobretudo, ao desejo do apagamento. Iris também é integrante do grupo de artistas pesquisadores VAGA-MUNDO: poéticas nômades, vinculados à Universidade de Brasília (CNPq). O grupo realiza residências e expedições pensando geopoética e poéticas da paisagem.

João dos Santos Martins (Santarém, Portugal, 1989) é artista. Estudou na Escola Superior de Dança (Lisboa), na P.A.R.T.S. (Bruxelas), no e.x.er.c.e, (Montpellier) e no Instituto para Estudos Aplicados ao Teatro (Giessen). O seu trabalho, geralmente desenvolvido em processos colaborativos, abrange várias formas que focam a dança, seja através da coreografia, da exposição ou da edição. Essas formas são atravessadas por questões que concernem genealogias da história da dança, processos de transmissão, a relação entre prática e discurso, e paradoxos sobre a atividade de dançar. Juntamente com Ana Bigotte Vieira, criou um dispositivo para o mapeamento coletivo da dança em Portugal — Para Uma Timeline a Haver. Dançou em trabalhos de Ana Rita Teodoro, Eszter Salamon, Moriah Evans, Xavier Le Roy, Jérôme Bel, Manuel Pelmuş, Rui Horta, entre outros. Fundou a Parasita em 2014, uma cooperativa de artistas de que faz parte.

Mario Pfeifer (*1981, Dresden, Alemanha) vive e trabalha em Berlim e Dresden. Em seu trabalho, ele explora estruturas e convenções de representação em vídeo, filme e novas mídias em lugares como Mumbai, Califórnia, o Deserto do Atacama, o bairro brasileiro em Lagos ou o Saara Ocidental. Ele concebe cada projeto a partir de uma situação cultural específica, explorando os antecedentes sociopolíticos e tecendo referências históricas, cinematográficas, tecnológicas e políticas de arte transculturais em um corpo de trabalho multicamadas que vai desde instalações de filme e vídeo até instalações de texto e fotografia.

Mario participou da 10ª Bienal de Berlim (2018), da 11ª Bienal do Mercosul (2017), da 3ª Bienal de Montevidéu (2016) e da 4ª Bienal de Marrakech (2012). Foram realizadas exposições de pesquisa na GfZK Galerie für Zeitgenössische Kunst Leipzig em 2016 e na Usina em Toronto em 2019. Numerosas exposições individuais no Museum Folkwang, Casa Edith Russ para arte midiática, Berlinische Galerie, Museo Nacional de Bellas Artes, Santiago do Chile, entre outros. Uma exposição individual em Kunsthalle Winterthur está prevista para 2023. Seus filmes têm sido exibidos em festivais de cinema ao redor do mundo. Várias monografias foram publicadas pela Sternberg Press e Mousse Publishing. Suas obras estão em coleções privadas e públicas na Europa e América do Norte, incluindo o Getty Center Los Angeles, MMK Museum für Moderne Kunst Frankfurt am Main, Bundeskunstsammlung Bonn, Staatliche Kunstsammlungen Dresden e Fotomuseum Winterthur.

Nana Adusei-Poku, PhD., é Orientadora Acadêmica Sênior e membro da Fundação Luma do Centro de Estudos Curatoriais e Arte Contemporânea (CCS-Bard) de Bard College. Anteriormente, ela foi professora convidada de História da Arte da Diáspora Africana em The Cooper Union, em Nova Iorque. Também ocupou a posição de professora pesquisadora em Culturas Visuais na Academia Willem de Kooning (2013-2017) e foi palestrante convidada na Universidade das Artes, Zurique, de 2012 a 2018.

Seus artigos foram publicados em Nka- Journal of Contemporary African Art, eflux, Kunstforum International, Flashart!, L‘Internationale e Darkmatter, entre outras. Dentre seus trabalhos curatoriais, estão o evento “Performances of No-thingness”, na Academia de Artes de Berlim, em 2018, e o programa “Longing on a Large Scale”, juntamente com a exposição “Eucledian Gris Gris”, de Todd Gray, no Museu de Arte de Pomona College, em 2019-2020.

Entre suas exposições mais recentes, destacam-se as individuais: “Social signs”, na Jack Bell Gallery, em Londres – UK (2020); “Tudo sob controle”, no 29ª Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo (CCSP), em São Paulo – Brasil (2019); e “Aos que se foram, aos que aqui estão e aos que virão”, no Instituto Pretos Novos, Rio de Janeiro – Brasil (2019), além das mostras coletivas: “The discovery of what it means to be Brazilian”, na Mariane Ibrahim Gallery, Chicago – EUA (2020); 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc VideoBrasil, na qual recebeu o prêmio Sesc de Arte Contemporânea (2019); e “Histórias Afro-atlânticas”, no Museu de Arte de São Paulo (MASP) e Instituto Tomie Ohtake (ITO), São Paulo – Brasil (2018).
 
Sua produção artística articula as linguagens da pintura, performance e experimentação com objetos, nas quais Martins investiga as relações interpessoais cotidianas, principalmente a convivência da população negra no cotidiano urbano, questionando conflitos sociais como o racismo, a mortalidade por violência e o super-encarceramento da população brasileira. Martins utiliza seu deslocamento na cidade como ferramenta de processo criativo. É encontrado com frequência em seu trabalho o que o próprio artista classifica como “signos sociais”, uma gama de representações de objetos, cenas e situações recorrentes na estrutura social brasileira.

Nasceu em Belém, Pará, em 1992. Vive e trabalha entre Rio de Janeiro e São Paulo. Graduou-se em Licenciatura e Bacharelado no curso de Artes Visuais pela Universidade Federal do Pará (UFPA). As práticas performáticas de Rafael BQueer partem de investigações sobre arte política, gênero, sexualidade, afrofuturismo, decolonialidade e interseccionalidades. Drag queen e ativista LGBTQI+, BQueer tem um trabalho que dialoga também com vídeo e fotografia, utilizando de sátiras do universo pop para construir críticas atentas às questões da contemporaneidade.
 
Participou de diversas residências e exposições nacionais e internacionais, entre elas: Despina – RJ (2017); Red Bull Station – SP (2017); Artista finalista do prêmio EDP nas Artes – Instituto Tomie Ohtake – SP (2018); Artista selecionado pela EAV Parque Lage para a bolsa de residência artística na AnnexB, em Nova York (2019); Artista indicado para a 7ª edição do Prêmio Marcantonio Vilaça – SP (2019); Artista premiado na 7ª edição do Prêmio Foco Art Rio (2019). Recentemente realizou a exposição individual “UóHol”, no Museu de Arte do Rio (2020). Faz parte das coleções do Museu de Arte do Rio (MAR).

Filha das entranhas misteriosas da mãe Bahia, donde artérias de águas vivas sustentam em fé, abundam. Ventura Profana profetiza multiplicação e abundante vida negra, indígena e travesti. Rompe a bruma: erótica, atômica, tomando vermelho como religião. Doutrinada em templos batistas, é pastora missionária, cantora evangelista, escritora, compositora e artista visual, cuja prática está enraizada na pesquisa das implicações e metodologias do deuteronomismo no Brasil e no exterior, através da difusão das igrejas neo-pentecostais. O óleo de margaridas, jiboias e reginas desce possante pelas veredas até inundá-la em desejo: unção. Louva, como o cravar de um punhal lambido de cerol e ferrugem em corações fariseus.

Cineasta nômade, Émilie B. Guérette tem suas raízes no Quebec e seu coração no Brasil. Ela dirige documentários ligados à justiça social, direitos humanos e migrações. Seu percurso multidisciplinar, misturando antropologia, ciências políticas, poesia e música, se traduz numa abordagem engajada, sensível e sensorial, tomando sempre o partido dos marginalizados e dos esquecidos. O documentário é para ela a arte do encontro, servindo para construir pontes entre os seres humanos.

Bolsista de Conseil des Arts et des Lettres du Québec (CALQ) na residência Vila Sul

Koffi Mensah, artista visual autodidata, nasceu em Lome, Togo, em 1982. Quando jovem, Koffi Mensah desenvolveu paixão pela arte visual em todas as suas dimensões. Assim, absorveu vários treinamentos e workshops de desenho. Com o entusiasmo de adquirir mais conhecimentos, ansioso por satisfazer a sua alma e realizar o seu sonho, o rapaz, então com 17 anos, iniciou uma longa jornada cheia de aventuras e deixou o seu país, o Togo, para se submeter a muitos workshops de formação em Acra, Abidjan, Niamey e Cotonou.

Depois destas experiências, Koffi Mensah finalmente decidiu se estabelecer em Ouagadougou, Burkina Faso, onde passa a expor mais o seu trabalho, demonstrando as suas habilidades técnicas na arte visual. O artista multidimensional nunca deixou de surpreender os seus admiradores com o seu trabalho.

Combinando estética e conforto através da escultura e pintura, o artista criativo acredita fortemente que todas as criaturas são o resultado de um símbolo de duas faces da mesma moeda.

Além das influências de seus mentores ou anciãos, como Ousman Sow, do Senegal, e El Anatui, do Gana, Koffi Mensah é inspirado por uma nova técnica relevante emprestada da natureza, criando as artes figurativas e os retratos. Ele afirma para o mundo que se liberta de todas as teorias dogmáticas. Ele sempre reflete a relação íntima de sua arte e vive de acordo com ela. Hoje, Koffi Mensah é uma pessoa espiritual e acredita que o instinto tem um impacto muito forte na sua produção. Realizou várias obras de arte institucionais, como o retrato do primeiro presidente de Burkina Faso, Maurice Yameogo, com quatro metros de altura.

Em 2018, o artista recebeu o prêmio Grand Prix du Dessin d'art em Burkina Faso.

Renata Martins (São Paulo, 1980) é educadora social, crítica de arte, tradutora e curadora freelancer radicada em Bonn, Alemanha, onde trabalha desde 2018 no Departamento para a América Latina da Deutsche Welle. Durante 10 anos, atuou em vários departamentos do Goethe-Institut de São Paulo, Buenos Aires e Montevideo (programação cultural, cooperação pedagógica, ensino de alemão e administração). Escreve para vários veículos de comunicação no Brasil, Alemanha e Argentina sobre artes visuais, cultura, sociedade e especialmente sobre artistas sul-americanas. Em 2021, curou e organizou para o Instituto Goethe de Salvador o catálogo virtual „Arte+ Panorama de Artistas Visuais Transvestigeneres no Brasil“.

Andreas Dauererer (*1978) é um autor e fotógrafo. Depois de estudar ciências da cultura e das medias em Düsseldorf, completou a sua formação jornalística em Munique, após uma curta pausa de viagens. Desde 2008 tem trabalhado como autor e fotógrafo freelancer para várias revistas, jornais e meios de comunicação online, principalmente nas áreas de viagens e cultura, mas não só. Além disso, concebe e administra vários projetos web.

Andreas Dauerer é membro da Hamburger Autorenvereinigung Writersroom (Associação de Escritores de Hamburgo), na qual ele organizou várias leituras na cena cultural local. No entanto, sua paixão é cada vez mais pela fotografia. Desde 2018 algumas de suas obras estão listadas na galeria de Hamburgo Roschlaub.
 

THÓ SIMÕES, artista visual, nasceu em 1973 em Malanje, Angola.

Fez sua formação artística no Instituto Nacional de Arte e Cultura (INFAC) em Luanda, Angola. É um grafiteiro que trabalha em várias disciplinas de arte, incluindo pintura, graffiti, fotografia, filme, instalações e performances. Thó combina em seu trabalho o simbolismo de antigas tradições africanas com a linguagem do graffiti das ruas de São Paulo e com isso cria sua visão sobre a vida no interior das cidades africanas. Em seu próprio país, Thó pertence ao alto escalão nacional e é um dos principais artistas do projeto internacional Leba Murals, no qual 6000 m2 de murais são pintados nas províncias do Namibe e Huíla. Thó tem participado desde 2001 de muitas exposições individuais e coletivas em vários países, incluindo Angola, Brasil, África do Sul, Gana, Portugal, Itália e Holanda.

Lindiwe Matshikiza é uma artista com formação em criação teatral e  que vive em Joanesburgo.  Trabalha como autora, performer e realizadora em vários contextos, tais como projectos de artes visuais, espectáculos públicos, peças de teatro, cinema e outras media. Sua abordagem é predominantemente colaborativa, exploratória, baseada em processos e interdisciplinar, e seus projetos muitas vezes assumem mais de uma forma ao longo do tempo.  Lindiwe é co-fundadora e co-directora da Mother Box: Organização para a Cooperação nas Artes, uma organização sem fins lucrativos, artisticamente liderada que lida com pesquisas e processos artísticos autodeterminados com o objetivo de articulá-los em uma linguagem que incorpore os processos.

Sibel Kekilli (*1980) é uma atriz premiada. Sua estréia no cinema "Contra a Parede" (2004) ganhou vários prêmios nacionais e internacionais, incluindo o Prêmio Alemão de Cinema para Melhor Atriz e o prêmio de Melhor Atriz no Festival Internacional de Cinema de Santa Bárbara. Isto foi seguido por outras excelentes produções como "Winterreise", "Eve Dönüs" ou a série de TV "Gier".

Sibel Kekilli será homenageada como melhor atriz pela sua participação no filme "Die Fremde" pela segunda vez com o German Film Award e no Tribeca Film Festival em Nova Iorque, em 2010. "Die Fremde" é também uma contribuição alemã para uma das cobiçadas indicações ao Oscar na categoria "Melhor Filme de Língua Estrangeira".

Além de outros papéis no cinema, como a comédia de sucesso "What a Man" (2011), Sibel Kekilli foi a detetive na série "Tatort" de Kiel de 2010 a 2017 e alcançou fama mundial através de seu papel como Shae na série de sucesso da HBO "Game of Thrones".

Além de atuar, Sibel Kekilli está comprometida com os direitos das mulheres. Ela foi embaixadora da Terre des Femmes por muitos anos e recebeu a Cruz de Mérito Federal 2017 por sua luta por direitos iguais para meninas e mulheres. Ela também apoia a organização de ajuda Papatya, onde atua como patrocinadora da consultoria online Sibel, e é membro fundador da rede de mulheres UNIDAS, com o objetivo de fortalecer os direitos das mulheres entre a América Latina, o Caribe e a Alemanha.

"Para a indústria da música", disse Daniel Haaksman à Afropop Worldwide, "é o pior momento de todos os tempos. Mas para novas músicas, é o melhor momento de todos os tempos. Com a internet, tudo está circulando". Como DJ e produtor, e como chefe do Man Recordings, Daniel, de Berlim, está bem no olho dessa tempestade emocionante. Ele não conhece fronteiras, regozijando-se com o fluxo livre da criatividade enquanto absorve todos os ritmos e sombras deste planeta de som nas suas produções. É um artista que nunca negligencia o poder de uma melodia forte quando se trata de saciar uma pista de dança esfomeada, seja um riff de guitarra ou um balafão. Cheio de sabor e 100% comprovado, uma apresentação do DJ Daniel Haaksman não faz prisioneiros, nem deixa uma única pessoa imóvel.

João Renato Orecchia Zúñiga é um artista, músico e compositor peruano-italiano  nascido no Brooklyn e radicado em Joanesburgo.
 
Através da experimentação e da improvisação, Orecchia explora as capacidades de conexão do som, tanto através das suas propriedades físicas quanto das propriedades materiais pre-conscientes, procurando um equilíbrio entre a tecnologia informática, eletrônica analógica e os sons do mundo real, como a voz humana, as gravações de sons do ambiente e os instrumentos musicais tradicionais.
 
A trajetória de Orecchia como músico autodidata está na performance e composição improvisada para vídeo arte, cinema e teatro. A sua prática estende-se à performance e intervenção pública e o seu mestrado recentemente concluído em Artes Digitais, trouxe uma mudança para uma abordagem mais espacial e física da composição, onde o som, a vibração, o espaço, a música e o público se ligam em experiência.
 
Orecchia lançou vários discos, recebeu o South African Film & Television Award  por design de som e publicou, no Leonardo Music Journal e no Oxford Handbook of Sound Studies.