Centro

A fim de abordar as mudanças que se tornaram visíveis nos centros urbanos, sobretudo no contexto da pandemia de Covid-19, o Goethe-Institut coloca uma questão: “Como queremos conviver”?

Tanto os movimentos cotidianos dentro das cidades, quanto as formas de convivência, mudaram substancialmente desde então. Resta saber se tudo voltará a ser o que era em um futuro próximo. E, afinal, quais foram os rumos tomados pelos centros urbanos latino-americanos nos últimos anos? Respostas a essa pergunta é o que busca nosso especial temático “Centro”.

Lembramos ainda que o conceito de “centro” pertence também ao imaginário de diversas áreas – seja da esfera política (“centro de poder”, “centro geopolítico”) ou das artes. Esses centros existem, contudo, de fato? A convite da Revista Humboldt, autoras e os autores buscam respostas a esses questionamentos.

Trudruá Dorrico
Para viver é preciso ser oficial

“Na verdade, é da árvore sagrada, chamada de Monte Roraima, que nasce nosso mundo, sendo o início, o nosso centro, o nosso umbigo”, escreve a autora sobre os últimos povos a serem admitidos como cidadãos brasileiros e os primeiros a habitar essas terras antes de serem transformadas com linhas, mapas e documentos alfabéticos.

Trudruá Dorrico

Antropocentrismo
Visão instável de mundo

Para o biólogo e filósofo Andreas Weber, a visão de mundo, que coloca o ser humano na posição de guia e no centro de todas as coisas já está há muito ultrapassada. Segundo ele, nesse sentido, podemos aprender muito com as culturas indígenas.

Andreas Weber

Hernán D. Caro

Liliana Colanzi
O grande dilúvio de Santa Cruz – uma história de duas cidades

Um desastre natural apagou em 1983 todo senso de ordem e paz de milhares de pessoas na Bolívia. Mas, além disso, a catástrofe abriu as portas para um desenvolvimento urbano preocupante.

Liliana Colanzi

Alia Trabucco Zerán
Descentrada

A escritora chilena escreve sobre seu estrabismo na infância e sobre como ele abriu para ela a porta para uma “outra perspectiva”: para imagens e ideias maravilhosas invisíveis para o resto das pessoas.

Alia Trabucco Zerán

Buenos Aires
O centro morreu, viva o centro

“Durante muitos anos, foi o lugar onde as coisas aconteciam”, escreve a autora argentina Natalia Laube sobre suas memórias do centro portenho, o coração de sua cidade, Buenos Aires.

Natalia Laube

Política brasileira
Afinal, o que é o “Centrão”?

Para compreender esse bloco parlamentar heterogêneo e maleável, é preciso diferenciá-lo do conceito clássico de centro, visto que esse grupo, hoje, não é sinônimo de moderação política. Mesmo assim, os governantes brasileiros precisam conquistar sua simpatia se quiserem manter a estabilidade em seus respectivos mandatos.

Malu Delgado

Cidades latino-americanas
“Um centro histórico não é um museu”

Alejandra González Biffis, urbanista argentina, explica o que significa “centro histórico” e fala sobre o desenvolvimento dessas zonas nas cidades latino-americanas nos últimos anos.

Camilo Jiménez Santofimio

Pluralidade versus centralização
A lenda dos “brancos universais”

Os últimos anos foram marcados pelo crescimento significativo de ações voltadas para uma suposta “descentralização” dentro das instituições artísticas e culturais brasileiras. Mas com quais interesses estão sendo feitas essas mudanças? E quão plural se torna, de fato, o circuito oficial da arte?

Luciara Ribeiro

Desobediência civil
Os limites do protesto

Protestos a qualquer custo? Organizações de defesa do meio ambiente fazem provocações em toda a Europa através de ações de grande impacto midiático, que acabam em parte ultrapassando os limites legais. Essa forma de ativismo ainda é um elemento legítimo do sistema democrático? Nessas alturas, só é possível se fazer ouvir por meio de ações extremas? Ou ainda existe a possibilidade de um consenso no centro da sociedade?

Eva-Maria Verfürth

Mundo policêntrico
Quem vai ocupar o centro geopolítico de poder?

Em meio a tensões geopolíticas, China e Estados Unidos vêm travando uma acirrada disputa pelo centro de poder global. Especialistas apontam que um mundo dividido em dois blocos antagônicos é o oposto daquilo que países do Sul Global, como o Brasil, desejam.

Juliana Vaz

Nabil Bonduki
“Os problemas do centro de São Paulo não são irreversíveis”

Autor de diversos livros sobre arquitetura e urbanismo, Nabil Bonduki analisa as razões pelas quais o centro de São Paulo foi sendo gradativamente abandonado e aponta a necessidade de políticas públicas que recuperem a vitalidade desta região.

Ana Paula Orlandi

Nabil Bonduki

O fim dos centros de arte
“Temos que pensar no poder do conhecimento”

A crítica de arte argentina Andrea Giunta fala sobre a importância de a América Latina deixar para trás os complexos de “isolamento, incompreensão ou desinteresse”, nos quais o mercado internacional mergulhou os artistas da região, e explica até que ponto podemos falar hoje do fim dos centros tradicionais de arte.

Maria Alejandra Pautassi

Política latino-americana
“No centro estão aqueles que não se sentem representados pela direita nem pela esquerda”

A economista chilena Marta Lagos fala sobre o problemático conceito de “centro” político e reflete sobre até que ponto a grande maioria da população da América Latina não está interessada no extremismo.

Marta Lagos

Camilo Jiménez Santofimio

Sobre as imagens do Especial “Centro”

“Chere” é um projeto composto por por pinturas, desenhos e animações curtas, no qual o artista afro-colombiano Wilson Borja explora o fenômeno da migração e da Diáspora africana.

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