Literatura Günter Grass: A História, contando histórias

Günter Grass, retrato Foto (detalhe): © Gerhard Steidl

13.09.2018, 19h00

Goethe-Institut Lisboa

Leituras Cruzadas - Conversa literária com Helena Topa

No dia 13 de setembro, às 19h00, na biblioteca do Goethe-Institut em Lisboa, tem lugar mais uma sessão do ciclo Leituras Cruzadas dedicada a Günter Grass, com a participação da tradutora Helena Topa. A sessão será moderada por Filipa Melo. 

Provavelmente o escritor mais controverso, mas também um dos mais representativos da literatura de língua alemã da segunda metade do século XX, Günter Grass (1927-2015) começou a escrever cerca de dez anos após o final da II Guerra Mundial, na qual combateu, alistado nos exércitos de Hitler. É uma figura omnipresente na Alemanha do seu tempo, não só pela sua produção literária, mas também pela persistência da sua intervenção cívica e política.

Dois aspetos atravessam a obra literária de Grass: a dimensão histórica e uma poderosa escrita visual. Não existem uma sem a outra; a História, tal como é narrada por Grass, nos diversos planos e nos diferentes tempos que revisita, não pode ser concebida sem o vigor imagético da sua galeria de figuras e do seu bestiário.

A arte narrativa de Grass, caudalosa e exuberante, é uma máquina produtora de histórias e personagens. Saídas de um universo muito familiar e próximo, o da cidade-enclave de Danzig em que nasceu, são ao mesmo tempo como que recriadas a partir da matéria dos contos maravilhosos. É com elas e através delas que ensaia um olhar crítico sobre a história que é a sua, pessoal, e a da Alemanha do século XX (e para além dele).

Quem é este escritor, polémico e complexo, coerente e contraditório, historiador a seu modo e poderoso fabulador?
 
Helena Topa é tradutora. Traduziu obras de Günter Grass (Descascando a Cebola, 2007, Escrever depois de Auschwitz, 2008, O Tambor de Lata, 2009), de Herta Müller, Elfriede Jelinek, Bertolt Brecht, Stefan Zweig, Max Weber e Georg Simmel, entre outros. Nos projetos ligados à tradução, destacam-se a participação em iniciativas como Hausbesuch (2016) e Transliterata (2014), do Goethe-Institut, e a co-coordenação da Oficina Vice-Versa Português-Alemão, na Fundação Eça de Queiroz (2017). Participou, como coordenadora e tradutora, na antologia de poesia política Às vezes são precisas rimas destas: Poesia política portuguesa e de expressão alemã (1914-2014) (Ed. Goethe-Institut Portugal, Tinta-da-china, 2017). Entre 1990 e 2006 foi docente de Literatura Alemã na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde se doutorou, em 2001, com uma dissertação sobre a prosa breve de Elias Canetti.

Filipa Melo é escritora, crítica literária e jornalista. É autora do romance Este É o Meu Corpo (2001), traduzido em sete línguas, do livro de reportagens Os Últimos Marinheiros (2015) e do Dicionário Sentimental do Adultério (2017). Trabalha há vinte anos na divulgação da literatura nacional e clássica na imprensa e na televisão, em comunidades de leitores, em eventos de divulgação e oficinas de escrita criativa. Coordena e ministra uma pós-graduação em Escrita de Ficção, na Universidade Lusófona, em Lisboa.
 
Com o ciclo Leituras Cruzadas – conversas literárias na biblioteca, passamos a palavra a convidados portugueses, que falam sobre as obras e os autores alemães que os marcaram. Dos autores clássicos aos contemporâneos, da prosa à poesia, as Leituras Cruzadas apresentam conversas interessantes sobre os temas mais atuais e os autores mais importantes da literatura alemã.

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